Em uma Assembleia Geral ocorrida na Associação dos Oficiais Militares de Alagoas (Assomal), na tarde desta segunda-feira (02), com a presença de policiais, oficiais e lideranças militares, polícia civil, agentes penitenciários, o deputado estadual do PT, Judson Cabral e Izac Jackson, presidente da CUT, o principal foco foi decidir as medidas a serem tomadas acerca do não cumprimento da Lei nº 6.824 de 13 de julho de 2007, que dispõe sobre a fixação dos subsídios de servidores da carreira dos militares estaduais, integrantes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Alagoas, até o posto de capitão, com base no reajuste concedido aos oficiais superiores pela Lei nº 6.715, de quatro de abril de 2006 e que até agora o governo não deu uma resposta.
O secretário Estadual de Gestão Pública, Alexandre Lages, que iria dar a resposta hoje, está em São Paulo fazendo alguns exames e só retornará nesta terça-feira (03). Os líderes das associações militares receberam uma ligação do secretário e ele afirmou que, ao chegar a Maceió, irá se reunir com a finalidade de mostrar uma proposta. ?Queremos a correção do quinquênio, data base e do resíduo de 7% que é um direito nosso. Também propomos um piso salarial de 2.800 reais para os policiais militares, mas até agora fomos ignorados?, disse o presidente da Assomal, major Fragoso.
De acordo com a diretoria da Assomal, representada pelo major Fragoso, todo devem ter a coragem de ir atrás dos seus direitos. ?Não podemos aceitar essa situação. O que estamos cobrando é a dignidade que tínhamos há cinco anos. O Governo do Estado não está cumprindo a Lei 6.824. Estamos pedindo somente que a justiça funcione de maneira correta, de forma imparcial?, afirmou. Ele ainda disse que vai retomar a dignidade e o respeito nem que seja na marra.
Os líderes militares ainda disseram que estão tentando desmobilizar a categoria, mas que não irão conseguir. ?A mobilização é muito importante e temos que convencer nossos amigos, pois a união faz a força e temos que tomar algumas providências?, pontuou major Fragoso.
Na Assembleia ainda falou-se em adotar medidas legais, sem que todos sejam prejudicados pela corregedoria. ?Podemos adotar a operação padrão e a partir dessa determinação e com uma ideia coesa, veremos o que iremos fazer, explicou o major Fragoso.
Izac Jackson disse que, infelizmente o Governo do Estado tem o apoio do poder judiciário, mas que todos aqueles que estão se mobilizando podem encontrar uma forma de se proteger do Governo do ?mal?. O governador Teo Vilela gasta mais de 40 milhões de reais com serviços terceirizados. Cabe um aumento maior que os 5,91% dados ao funcionalismo público. ?Se os militares decidirem aquartelar, darei todo meu apoio?, comentou.
Segundo Judson Cabral, o atual comandante quando era tenente coronel foi oprimido e nos pediu ajuda e agora não dá nenhum tipo de apoio aos militares. ?O Estado não cuida do seu patrimônio humano e ainda quer entregar tudo às empresas privadas. O grande problema é o sucateamento dos coletes, armas e viaturas. Como vamos ter segurança, se não temos qualidade. Ninguém da educação, saúde e segurança está satisfeito com esse Governo, por isso sempre estarei ao lado dos trabalhadores e não do usineiro que vem destruindo o Estado de Alagoas?, desabafou.
O cabo Simas falou acerca da data base e da falta de equilíbrio de alguns militares devido ao descaso do Governo. ?Como podemos ter equilíbrio se há seis anos brigamos pela data base e não temos nada? O equilíbrio deveria ter aparecido no início da atual gestão. Temos que cobrar e tomar a decisão sobre o que queremos e se for preciso aquartelar, estarei com todos vocês?, falou Simas.
Após várias intervenções dos militares que sugeriram que seja aguardada a resposta do secretário Alexandre Lages, outros falaram em aquartelamento, todos decidiram realizar um buzinaço da Assomal até o Palácio dos Palmares para um ato público. Eles se uniram aos servidores da educação e saúde e iniciaram o ato. ?Aqueles que não lutam pelos seus direitos, não são dignos deles. Queremos cobrar respeito e dignidade, pois estamos sofrendo com o descaso. Nossa segurança está um caos?, finalizou major Fragoso.
Na próxima terça-feira (10), às 15h00, na Praça Marechal Deodoro, no Centro de Maceió, será realizada uma Assembleia Geral. Na oportunidade os militares irão deliberar acerca de um provável aquartelamento e outras medidas também devem ser adotadas.
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