SE NO MEU CANTO AVELUDASSE UM PRANTO
DA INFÂNCIA ME LEMBRO EM CALÇAS CURTAS
SAPATO DURO E PÉS DOÍDOS, SEM CONFORTO ...
QUANTAS CARREIRAS DE MEDO ME OFUSCASSE
UM “ MATEUS “ COM FORÇA ME TIRASSE
DA INFÂNCIA A TERNURA E O ACONCHEGO
DO FOLCLORE – MEDO QUE ARREPIA...
NA CIDADE DO POÇO EM NOITE ESCURA DE REIS...
QUANTA VONTADE DE SAIR CORRENDO PELA ESTRADA
FAZENDO FRENTE AO SUSTO DA FIGURA AGORA
PELAS CANTIGAS ILUSTRADAS EM DESTEMOR E FÉ...
NA CABEÇA, UMA IGREJA DE LUZ, FASCINAVA A TODOS
E TREPIDAVA EM MIM NA CONFIANÇA DE CRIANÇA TOLA
QUE DEVERIA ALI, APRECIAR... SE VIA O MEDO!
ALGUÉM LEVAVA ESPADAS E FITAS RELUZENTES
ENCONTRANDO A LUZ DOS CANDEEIROS FUMACENTOS
NOS ESPELHOS AGONIZANTES POSTADOS NO CHÃO
COMO ESTRELAS FRACAS DE LANTEJOULAS ROSAS...
AI... COMO DÓI PENSAR NA CARA PINTADA EM PRETO
DE FORMAS CRUÉIS, LONGAS E AVANTAJADAS
- E NINGUÉM CHEGAVA PRA ME SOCORRER...
QUE DE TRONCHA COLOCAÇÃO SE AVENTURAVA
ASSEMELHANDO A UM JARRO DE LUZ ENEGRECIDA...
QUE O MATEUS DO FOLCLORE ME ENCONTROU
E EU SEM PALAVRAS, BALBUCIEI , QUASE NADA...
E POR UM TEMPO EU NÃO MAIS FUI NA CIDADE
POÇO DAS TRINCHEIRAS QUE LEMBRAVA UM MOTE
DE FESTAS DE REIS E DO FOLCLORE QUE ENCONTREI
E NA TRÊMULA BANDEIRA NA FAIXA ANUNCIOU
E EU POR TERNURA ALCANCEI A GRAÇA DO FOLCLORE
DE ADMIRAR , JÁ CRESCIDO, AS FORMAS DE CULTURA
LEMBRANÇAS DO DIA DOS REIS, EM FESTAS DO SENHOR...
Comentários