Mais de 30 anos: Um júri esperado, a precisa atuação do MPAL e a condenação de homem acusado de esquartejar esposa no Sertão

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Por Ascom MPAL

À época, a pequena Olivença parou diante da forma cruel pela qual Ivonete da Silva foi assassinada pelo esposo José Inácio da Silva. Mutilada, colocada dentro de um saco plástico e, para se livrar de qualquer vestígio, o assassino ateou fogo na casa, situada no Sítio Rumo, zona rural da cidade sertaneja. Como resposta à barbárie, ocorrida em dezembro de 2022, o Ministério Público de Alagoas, bem representado pelo promotor de Justiça Frederico Monteiro, conseguiu sensibilizar o Conselho de Sentença que, absorveu cada detalhe, foi convencido de cada prova e acolheu as qualificadoras, resultando na condenação do réu a mais de 30 anos e oito meses de prisão, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

O júri ocorreu no Fórum da Comarca de Santana do Ipanema.“Infelizmente pelo tempo em que ocorreu o fato, tornou-se impossível impor ao assassino o crime de feminicídio, pois a lei 14.994,que é justamente a que trata desse tipo de crime cometido por violência doméstica e familiar, só entrou em vigor em 2024. Mas, o Ministério Público hoje cumpriu o seu papel sustentando as qualificadoras, de crime cometido por meio cruel e ocultação de cadáver, reforçando a necessidade da condenação, e temos certeza que a sentença aliviou a dor dos familiares da vítima, bem como deu uma resposta à sociedade que esperava por justiça”, declara o promotor Frederico Monteiro.

Consta nos autos que Ivonete da Silva teve a vida ceifada por não ceder à pressão do então marido, e agora condenado, para lhe repassar o valor do benefício social que recebera. Ela ainda teria ligado para um filho, na noite anterior, demonstrando preocupação com as ameaças sofridas por José Inácio, embriagado e com uma foice em punho, afirmando que a mataria caso não fosse atendido. Esse teria sido o último contato com a genitora e, no domingo, o filho já foi surpreendido com a notícia dada por vizinhos que a casa da mãe estava em chamas e que o corpo de sua mãe havia sido encontrado carbonizado próximo à residência.

A polícia chegou ao local e se deparou com o imóvel incendiado e, percorrendo a área ao redor, localizou o corpo mutilado , envolvido em um saco plástico, deixado em uma cova rasa. Ouvindo testemunhos da vizinhança, os militares prenderam o acusado no Povoado Capelinha, zona rural de do município de Major Isidoro/AL, também localizado no Sertão. José Inácio tentou fugir, mas não logrou êxito.

No entanto, durante audiência de custódia, obteve a liberdade provisória, ficando com a obrigação de cumprir medidas cautelares como comparecer ao juízo e não se ausentar do estado sem autorização judicial. Mas, após a oferta de denúncia pelo Ministério Público, feita pela promotora de Justiça Viviane Farias, ele teve a prisão preventiva decretada e, em agosto de 2023, por meio de ação conjunta da Polícia Civil de Alagoas e da Polícia Militar de Goiás, foi localizado e remanejado para o presídio do Agreste.

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