Blogs: Cinzas de um Carnaval: Zé Vermelho, o marceneiro artista por Oscar Silva

Literatura

Por João Neto Félix Mendes - www.apensocomgrifo.com

Bloco carnavalesco "União Monumento",1969 - foto extraída do livro "Fruta de Palma".

á indivíduos cujo nome civil se perde na poeira do turbilhão popular. Aí vivem eles conhecidos, admirados ou mesmo queridos sob a capa de um simples apelido recebido em criança. É que ao povo pouco interessa o verdadeiro nome das criaturas, salvo quando estas não são dignas da estima popular.

Zé Vermelho era um verdadeiro filho do povo santanense. Agarrado à plaina e ao serrote na oficina de marceneiro ou plantando milho e feijão no roçado, não recuava, entretanto, quando um ato religioso ou cívico lhe exigia colaboração. Nas festas da Padroeira, de São João ou São Pedro, como na recepção de personagens do mundo político e comemorações de datas históricas, lá estava ele a montar palanques, a decorar cenários ou a fazer o que lhe tocasse por tarefa.

Mas, a nós meninos, o que fazia aquele homem mais estimado eram as suas atividades na Festa de Natal ou nos dias de carnaval.

Durante os festejos natalinos, o nosso divertimento predileto estava na roda de prêmios de Zé Vermelho. Um guiné de madeira, feito por ele mesmo, rodava que rodava com a palheta de chifre no peito, e, batendo por toda uma carreira de pregos sem cabeça, ia parar onde muitas vezes nem de longe existia dinheiro dos jogadores. De quando em quando, porém, o felizardo recebia uma tigela, uma tesoura marca "Corneta", uma navalha "Solingen" ou - o que mais nos alegrava - uma bola de borracha ou um realejo "Pátria Amada”.

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