Blogs: Dona Hermínia, Agissé e Poni

Literatura

Postado por João Neto Félix Mendes

Casal Antides e Hermínia morava vizinho ao sobrado

Na minha juventude trabalhei em Santana do Ipanema. Residi, com minha mãe, na Av. Rio Branco, quase às margens do lendário Ipanema. Naquela cidade constituí muitos amigos e ainda hoje conservo as mesmas amizades. Era eu à época um adolescente que acabara de completar vinte e dois anos. Aos poucos fui me familiarizando com o povo ordeiro e amigo o que me fez, em pouco tempo, considerar-me quase um santanense.

Quando saía para o trabalho, no meio do trajeto, passava todos os dias pela porta da dona Hermínia, uma senhora que ainda conservava traços de beleza da mocidade, fidalga, bem alva, todavia o seu olhar aparentava todo o sofrimento que passava. Residia numa casa muito grande, bem edificada, no principal logradouro da cidade. Dois filhos viviam em sua companhia: Agissé e Poní.

O primeiro, mais velho, andejo, pouco parava em casa. Poní era o inverso do irmão, permanecia quase todo tempo, durante o dia, à porta, de cócoras, sentado nos calcanhares, o chapelão enterrado à cabeça, pouco saía a não ser até a farmácia do Alberto Agra, onde se demorava muito pouco. Os dois nasceram e continuaram com problemas mentais.

Dona Hermínia os aturava com o seu amor de mãe e a paciência que Deus lhe dera. Pessoas amigas aconselhavam-na que os internassem num hospício, mas ninguém melhor do que ela sabia que a doença era irreversível. Preferia o sofrimento, as noites mal dormidas, a vida sedentária que levava, a uma separação brusca assim.

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