Colunistas: VEJO-ME - por Pe. José Neto de França

Literatura

Por Redação com Pe. José Neto de França

De vez em quando, no “alto” dos meus mais de 61 anos, mergulho no meu imenso mundo interior, lanço um olhar no passado e fico a “reviver” situações diversas de algumas etapas da vida de outrora.

“Vejo-me” pequenininho, talvez quatro, cinco anos – essa é minha lembrança mais distante – comendo tomates na horta do quintal de minha residência, em Carneiros/AL, assustado porque eles estavam quentes, do calor do sol, e sabia que apanharia se minha mãe me pegasse fazendo aquilo... No alpendre dessa mesma residência, “me vejo” no colo de meu pai, que sentado estava numa espreguiçadeira, ouvindo meu pai com aquela voz rouca – como a minha no tempo presente – canta para mim: “Olê pai, ôle baiê / menininho do papai, / deu um pulo, foi ao chão, / acudiu três cavaleiros / todos três, chapéu na mão...”

“Vejo-me” criança, caçando passarinhos, com um estilingue; explorando a vegetação que havia em volta da primeira casa que residi em Santana do Ipanema, no Bairro da Floresta...

“Vejo-me” em minhas primeiras incursões ao Rio Ipanema, onde aprendi a nadar... “Vejo-me”, em pânico”, atravessando, de canoa, esse rio, já que era o único meio de transporte no período das cheias, que eram homéricas. Isso porque o canoeiro, se não me falha a memória, chamado Domingos, era alcoólatra e muitas vezes a canoa estava furada, tendo que alguém, durante a travessia, está retirando a água de dentro e devolvendo-a ao rio...

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