Seminário avalia recuperação de nascentes no Sertão de Alagoas

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Por Waldson Costa Do G1 AL

Representantes do projeto Resnas-ser e da Organização de Preservação Ambiental (OPA) participaram do encontro

Seminário Recuperação e Proteção de Nascentes ocorre em Piranhas.
Durante 2 anos, nascentes foram recuperadas com auxílio dos moradores.


Para discutir questões sobre a segurança hídrica no Sertão alagoano, representantes do projeto Resnas-ser e da Organização de Preservação Ambiental (OPA), instituições que trabalharam na recuperação de 55 nascentes localizadas nos municipios de Água Branca, Mata Grande e Pariconha, realizam, até a sexta-feira (10), no Centro Cultural Miguel Arcanjo, em Piranhas, o seminário \'Renas-se - Recuperação e Proteção de Nascentes e Matas Ciliares.

Na oportunidade, especialistas vinculados a diversas áreas ambientais, estudantes e moradores das comunidades beneficiadas pelas atividades, que envolvem a manutenção de fontes de água e educação ambiental, avaliaram a primeira etapa do projeto que recuperou 55 das 716 nascentes mapeadas na região sertaneja e discutiram perspectivas para futuras ações que possam melhorar o acesso das comunidades a água de qualidade.

Segundo a coordenadora do projeto Renas-ser, Maria do Carmo Vieira, ao longo de dois anos nascentes foram recuperadas com o auxílio das comunidades beneficiadas, que foram atendidas com ações de educação ambiental.

\"No levantamento de georeferenciamento que realizamos em áreas de serra dos três municípios localizamos nascentes em situações diversas. Algumas preservadas, e muitas outras degradadas, poluídas por lixo e dejetos de animais. Assim, atuamos no reflorestamento, limpeza e adequação do espaço, para que água fosse acessada sem ameaçar a qualidade do lixo. Para isso, o trabalho de educação ambiental foi fundamental\", expôs Maria do Carmo.

A técnica usada para recuperação dos mananciais foram a limpeza e o cercamento da área para evitar a entrada de animais, o reflorestamento do entorno e a adequação da saída do líquido das fontes. Trabalho que em todas as etapas contou com a participação dos moradores das comunidades.

\"Para fazer a escolha das nascentes que foram recuperadas levamos em conta critérios técnicos, como vazão e o declive do local da nascente; e sociais, onde foram pontuadas as que atendem um maior número de famílias\", completou a coordenadora do Resnas-ser, Maria do Carmo Vieira.

Morador da comunidade Serra do Cavalo, em Água Branca, o agricultor Albericio Leite dos Santos, conta que ao fazer a proteção da nascente que abastece o povoado, a qualidade da água melhorou. \"A água da nascente sempre foi usada no dia-dia para lavar, cozinhar e beber. Só que agora, depois do reflorestamento e da caixa que foi colocada, a água está melhor\", diz.

O projeto Renas-ser foi patrocinado pela Petrobras e contou com o apoio do Instituto Palmas, da Secretaria o Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semah), e das prefeituras de Água Branca, Mata Grande e Pariconha.

Programação

O seminário Renas-ser segue na tarde desta sexta com palestra sobre crédito de carbono, nascentes de brejos e mesa redonda sobre o uso das águas das nascentes recuperadas.
Na sexta-feira (10), a programação prossegue com mesa redonda sobre reflorestamento e palestra sobre desertificação, biodiversidade e educação ambiental.

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