Um dia eu sei
Estas mãos que vejo agora
Tão aveludadas e macias
Estarão nodosas e ásperas
Mas ainda serão as mesmas mãos
Que se tornaram minhas
Quando a exatidão
Bateu à minha porta
Sem anunciar-se
Ou pedir para entrar
As de hoje serão as de outrora
Nada é sempre
Nem para sempre, bem sabes
Mas sermos hoje nos basta
Entrelacemos os dedos
E olhemos para as estrelas
Tantas quantas
O coração puder suportar
São minhas, são tuas, são nossas
No dia das mãos nodosas
E dos dedos doloridos
Já não poderemos olhar e vê-las
Mas elas continuarão a nos olhar
E ver nossas mãos nodosas
Ainda a entrelaçar
Os nossos dedos!
Comentários