PROMESSA

Poemas

Poema de José Geraldo Marques

Um dia eu sei
Estas mãos que vejo agora
Tão aveludadas e macias
Estarão nodosas e ásperas
Mas ainda serão as mesmas mãos
Que se tornaram minhas
Quando a exatidão
Bateu à minha porta
Sem anunciar-se
Ou pedir para entrar

As de hoje serão as de outrora
Nada é sempre
Nem para sempre, bem sabes
Mas sermos hoje nos basta

Entrelacemos os dedos
E olhemos para as estrelas
Tantas quantas
O coração puder suportar
São minhas, são tuas, são nossas

No dia das mãos nodosas
E dos dedos doloridos
Já não poderemos olhar e vê-las
Mas elas continuarão a nos olhar
E ver nossas mãos nodosas
Ainda a entrelaçar
Os nossos dedos!

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