NATAL NAS LITERATURAS & DIÁLOGOS ALAGOANOS

Poesias

Por Marcello Ricardo Almeida

Havia, pois, moedas nos olhos.
Permitissem a Caronte navegar.

E o que dizer de vocês,
academias de letras,
em bancos escolares?

Entre escritores alagoanos,
Oscar Silva relembrado foi.

Trovoavam caixas de livros;
ei-las diante de bibliotecas
vivas já nas mãos do povo.

Ora transfazia a velha época,
e o pai de Capitu na rede relia.

Luz de candeeiro acesa
lendo letras na academia
sobre e não sob a mesa;

e nas academias fabulava-se
fim do apagador de lampiões;

e no diálogo com Lêdo Ivo,
poeta alagoano, em 2003,
filme gravado naquele ano;

nós, escritores alagoanos,
lembrando Breno Accioly.

O diálogo há 20 anos. Lêdo Ivo
disse "...na Estação Rodoviária",
ouviu os versos sobre Santana.

Havia colheita literária no município.
Academia de letras o povo nutria-se.

Silêncio era tão só livros que dormiam;
deixasse a leitura dormir sono de livros;
e não os acordasse por agora silêncio.

Nem Comala nem Macondo,
vida era melhor em Santana.

Literatura aos bancos escolares,
e voo a Yoknapatawpha Country.
Tinta na pena do velho Cervantes.

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