DEZEMBRO

Poesias

Por Lúcia Nobre

Poetisa Lúcia Nobre

À gente passa apressada
no vai e vem da travessia
manhãs frias ou calorosas
refletem o real do dia a dia.

Nas largas ruas de Jatiúca
dormem meninos e jovens
das calçadas fazem camas
dos papelões seus lençóis
as ruas e eles profanam-se.

Claro dia prosaico persiste
na emoção de quem passa
tudo se repete e mais triste
o tempo passou à esmo
nada se fez e nada persiste.

Entregues à claridade solar
nas manhãs quentes de verão
inertes aos pensamentos obtusos
dos transeuntes efêmeros e vãos.

Na manhã de pleno dezembro
amigos ou irmãos a conversar
no mesmo lugar e na calçada
eles acabaram de acordar
um falava e à gente passava e ouvia:
“enquanto há vida há esperança”

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