SONHO

Poesias

Por Lúcia Nonre

Sempre tive o sonho de cantar e poetizar
Não da maneira clássica que costumava ser
Do jeito que se falasse de anseios, ilusões,
Sentimentos, paixões como as canções

Cantar, cantava, em casa, bem alto
Até os vizinhos comentavam
Ouvia o rádio e aprendia nas gravações
Eu e Leninha queríamos ser uma dupla
As nobres poderia se chamar

Faltava o violão e não havia sanfona
Os instrumentos eram vendidos
Na casa “O Ferrageiro”. Muito caro!
Desistimos da dupla. Fazer o que?

Só desisti de cantar no cinema da cidade
Nos programas que aconteciam aos domingos
Quando ouvi Iranir cantar e encantar. Era a voz!

Assim, entendi que eu não era cantora
Dona Maroquita Bulhões exímia pianista
Solicitou a dona Marina Marques
Que liderava a Cruzada Eucarística Infantil
A seleção de algumas meninas para formar um coral

As meninas aprovadas estariam comprometidas
Com as exigências da maestrina
Testes de canto, de música, assiduidade e compromisso
Crianças que cantavam e construíam o seu futuro.

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