E se a feira no sábado em Santana torna-se patrimônio cultural alagoano? Talvez, assim, passe a compor o calendário dos eventos estaduais; quem sabe, haja lucros e beneficiados, a exemplo do comércio e do turismo, na cidade.
As lideranças santanenses hoje acordam com um novo propósito histórico. É a crônica quem registra que o colorido na feira no sábado em Santana une-se a outros elementos e torna a feira no sábado patrimônio imaterial; seus elementos, nos livros e decerto no IPHAN (*), encontram-se na tradição da feira.
Feiras em qualquer parte do planeta é um fenômeno extremamente rico; as cores proporcionadas pelas feiras, as vozes que se escutam em feiras, vendilhões apregoando os seus produtos, a tradição da pechincha que é sociocultural porque em toda parte se acha. Os produtos vendidos sob o sol nas ruas.
Na mitologia grega, como se sabe, Cronos devora os filhos. Na crônica, a feira no sábado em Santana já é patrimônio imaterial antes que a pressa do tempo devore a feira no sábado, devore os costumes da feira em Santana, devore as expressões da feira, os saberes, os elementos culturais intangíveis. Esta é a crônica que, talvez, torne possível a feira no sábado em Santana como patrimônio imaterial alagoano.
As civilizações antigas, centenas de anos antes de Cristo, criam o comércio nas ruas, ao lado das casas, dos casarões, dos casarios e, assim, está criada a feira. Tudo, ou quase, encontra-se nas feiras. Sapatos, comemorações, laranjas, poesia de cordel, farinha, móveis, batedores de carteira, abacaxis, aves, beijos roubados, chapéus, roupas, flores, utensílios, carne verde, comida, gaiolas, livros, fotografias, repentistas, acordos, música, quadros, vacas, galinhas, porcos, facas, artesanatos, cereais, couro, legumes, vegetais encontram-se nas feiras livres.
Há um acordo tácito em retornarem às mesmas pessoas em determinados dias na semana e participarem todas do comércio de rua. Volta-se hoje à mesma tecla: a feira no sábado em Santana, a tradição da feira no sábado em Santana de geração a geração. Feira no sábado em Santana como patrimônio imaterial alagoano na proposição que se reivindica à maternal Santana o reconhecimento em se salvaguardar a sua feira no sábado como patrimônio cultural intangível.
Os próprios dias na semana ganham sobrenome de feira, exceto sábado e domingo; mas no sábado, a feira estende-se por toda parte. A feira vem desde a antiguidade, desde a etimologia da palavra feira com a palavra feriado, com o termo dia santo. A feira livre em Santana trata o freguês no sentido em que o dicionário etimológico reserva aos filhos.
O espaço público destinado à feira livre em Santana é verdadeiro exercício cultural. Santanenses seguem à motivação em tornar a feira no sábado em Santana em patrimônio imaterial alagoano. Em Santana, as toldas tomam as ruas; e é tão bonito de se ver; comadres e compadres vão-se reencontrando na feira no sábado em Santana, a tapioca na mão, o mercado de carne, ô saudade. E essa hora, o povo na feira desde cedo, desde ontem.
(*) Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
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