Oh! meu querido sertão
Da minha jamais esquecida infância
Dos tempos que não mais desandam
Voltarei a por meus pés
Berço do meu nascer, querido nunca
Esquecido torrão de um tempo feliz
Sertão de Alagoas, do nordeste do Brasil
Do oxente, vixe maria, vosmices , arretado e caba macho
Do vaqueiro, que protegido pelo gibão, perneiras e peitoral
Debaixo das caatingueiras e por cima do xiquexique, alastrados, rasga beiços, macambiras, urtigas e outros mais , montado no seu valente cavalo, pega, laça e derruba o boi...
Mas também sabe, antes do sol nascer, com braços fortes e mãos céleres o liquido branco tirar das ordeiras vacas leiteiras.
Voltarei a minha terra, no período onde o sertão é mais sertão. Açudes secos, terra rachada, sol a pino, gado moribundo a vagar, morrendo de sede e fome...Lavouras e pastos inexistem, nem os brejos escaparam.
Mas voltarei... Voltarei a terra dos carreiros e seus carros de boi.
Retornarei ao meu sertão, onde até o mandacaru, por servir em último momento de ração para o gado, rareia em todo semiárido de Alagoas
Sertão nordestino, considerado o semiárido mais habitado do mundo, mesmo na triste, dolorosa e prolongada estiagem, consigo ver se não a beleza do verde da caatinga, vejo a arte e a desgraça sobre a terra feia rachada.
Quero ouvir um canto de uma fogo pagou, de uma asa branca, ver o arroubo de um carcará, um urubu rei, deparar com uma cascavel, um gato-maracajá, mocó, um prear... Pelo menos um calango almejo ver. Se nada disso acontecer, verei com certeza um sorriso e a esperança no rosto de cada sertanejo que pelo caminho cruzar
Voltarei Santana, berço do meu nascer, querida nunca esquecida terra do meu bem querer.
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