RETRATO DE UM ENCONTRO

Crônicas

Remi Bastos

Santana do Ipanema, 07/11/2013, dia em que participaria da última reunião da Academia Santanense de Ciência, Letras e Artes – ASCLA, na Associação Atlética Banco do Brasil. Era um dia de feira na Rainha do Sertão Alagoano, muita gente subindo e descendo na extensão daquele mercado livre, desviando-se dos labirintos de pessoas e feirantes como se fossem verdadeiras formiguinhas. Passei em frente a Torda de Dona Ciça, muita gente, mas, ninguém por lá. Após ter passado em revista por três vezes à feira, telefonei para o Jabaú que ficou me aguardando em uma das cabeceiras da Ponte do Padre. Encontramo-nos e logo combinamos dar uma passada no Bar do Biu. Já passava das 10 horas, estômago vazio e boca seca, estávamos ainda virgens para o primeiro copo naquele dia. O Bar do Biu encontrava-se fechado, continuamos a jornada até esbarramos no Restaurante e Bar de João do Lixo. Chegando aí, fomos surpreendidos pelas presenças de João do Mato, Narciso, Juarez e os dois filhos de Ismar. Encontramos o ambiente em clima de festa. Sentamos à mesa e de imediato fomos atendidos por um dos garçons, onde preferimos iniciar e reverenciar aquele encontro inesperado com dois aperitivos da famosa Seleta, caninha mineira. Entre papos e conversas, vez por outra o espaço nostálgico nos envolvia. E lá estava o João do Mato, na varanda do restaurante, observando do alto os oásis esparsos, distribuídos sobre as areias causticantes do "Panema". Lembrou os tempos em que tomava banho e pescava no velho e sonolento rio. Eu complementava dizendo, é João o nosso "Panema" passou, mas deixou o seu rastro nas areias e nas pedras. Um dia ele sairá dessa dormência e certamente assumirá os seus espaços, nem que seja para confirmar que ainda vive. Os nossos olhares se cruzaram por entre as lágrimas e logo retornamos a mesa. Após almoçarmos, resolvemos fazer uma visita ao "Bar Ancoreta". Aí nos sentimos em um ambiente mais nosso, sertanejo como nós. As paredes de taipa revelavam as nossas origens através da história. Nessa parada, apenas a cerveja nos consolou. Narciso aproveitou o momento para contar alguns dos seus casos, entre eles, o dia em que se passou por Mané do Bode, em uma entrevista concedida a Gazeta de Alagoas na sessão esportiva. O tempo estava se adiantando, tínhamos um compromisso às 21 horas na AABB, reunião da ASCLA. Dispersemo-nos sentido na expressão de todos que a saudade teria antecipado a sua chegada. Obrigado João do Mato, Narciso, Juarez e Jabaú por este pequeno momento, mas, que foi suficiente para sentirmos que a ausência faz falta.

Um Feliz Ano Novo para todos.

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