JORGE, a oficina de Seu LEUZINGER e a hospitalidade do Hotel AVENIDA de Dona IVETA

Crônicas

por João Tertuliano Nepomuceno Agra , QUARTA 25dez13

O fascínio de JORGE pelas máquinas de duas e quatro rodas tem raízes na OFICINA mecânica de Seu LEUZINGER nos fundos do Hotel AVENIDA então 'ponta de rua' em Santana nos anos 1950 e 60 capaz de abrigar BOA parte das OFICINAS onde Jorge desde cedo DEMONSTROU raro talento no manuseio de aparatos que usam e tranformam ENERGIAS, criam e conservam, controlam e mantém MOVIMENTOS trocando CALOR em radiadores, em refrigeradores querendo frios.

Artes praticadas com jeitos de CORPO curvado em PÉ por cima ou deitado SOB motores com minguados espaços e ACESSOS escassos entre peças de AÇO e borrachas, porcas e arruelas, braçadeiras e coxins comandados por relés e interruptores, elétricos motores. Trabalho árduo e gratificante entre a bancada e o banquinho distante do conforto das cátedras, das lições alheias às danças e às artes, dos jeitos e trejeitos de CORPO, do bailado das curvas possíveis entre as sombras das ÁRVORES entre pedras e capins desafiando o equilíbrio.

Ao SOL do Sertão imagino espaços de CAMINHADAS em SANTANA, locais públicos para passear para além da ocupação imobiliária de cercados rurais transformados em amontoados de casas sobre TERRENOS à venda em metros LINEARES de frente esticando a sala sobre a calçada e a cozinha no muro de FUNDOS encostando e ouvindo a TV anunciar gulodices, cervejas aqui e cachacinhas acolá.

Jorge CRIANÇA enérgica mergulhou nas oportunidades de bisbilhotar máquinas e movimentos, privilégio nas escolas negados à maioria da estudantada submetida a decorebas infindos oriundos de cátedras ensinando a aprender SENTADO e parado. INQUIETA criatura, Jorge começou cedo a demonstrar excelente domínio ao manobrar máquinas com TALENTO incomum. De bicicletas a grandes caminhões, passando por jipe e rural willys, opalas e veraneios, ônubus e camionetas ... parte da minha adolescência foi apreciando o Jorge Marques fazendo malabarismo com sua bicicleta Gulliver na antiga Pracinha do Monumento. ... [Remi BASTOS em 24dez3 às 08h50, _ www.maltanet.com.br/mural]

Bem informado das coisas do MUNDO, Jorge arriscou-se primeiro a SUL indo trabalhar em São Paulo capital, transportando passageiros em deslocamentos urbanos. Em seguida guiava pelas estradas do próspero estado da região sudeste fonte de boas lembranças juvenis. Em seguida apruma o rumo SUDESTE fixando-se alguns anos no Espírito Santo e depois se muda para o NORTE entre Maranhão e Pará. Então volta ao Nordeste de Todos os Santos, à BAHIA. Já acertando o retorno a Santana, à Rua Professor ENÉAS urbanizada tendo adiante a Rua da PRAIA do 'Panema e arriba a Praça da MATRIZ.

Nos últimos anos conversamos algumas tantas vezes por horas e horas sem pressa. A memória generosa de Jorge revelando a importância de situar-se em harmonia com o mundo ao redor no espaço e no tempo. Conversas em torno de afetos jorrando de modo pleno as coisas da VIDA. A vida de Jorge com Dona Régia, na casa onde de vez em quando encontrei Marques. Bons MOMENTOS!

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