O BLOCO PAU D’ARCO, A MARCHINHA DA NOIVA E A PROPOSTA DE DJALMA CARVALHO

Crônicas

Por Remi Bastos

Carnaval de 1971. Após um ano da criação da marchinha “A Noiva”, o Bloco Pau D’arco em plena euforia carnavalesca encantava os foliões com suas canções, tendo como carro chefe Santana dos Meus Amores. Eram vários os convites que recebíamos para cantar nas casas das pessoas que curtiam o Bloco. Pois bem, certo momento quando nos dirigíamos à residência de Seu Piduca, ao nos aproximarmos da AABB, alguém do Bloco gritou, foi o Sílvio de Jandira, a casa de Djalma carvalho, lá é entrada garantida. O Bloco se aproximou cantando “A Noiva”. Nesse momento o Djalma veio ao nosso encontro e nos fez uma proposta. Eu só deixo o Bloco entrar se vocês fizerem uma permuta na letra da música, no trecho que diz assim, “ela é gilete”, vocês cantam, “ela quer chiclete”. O Bloco aplaudiu a sugestão, mas, foi apenas o Djalma retornar ao doce lar para que Mindinho com um fragmento de imbu na mão direita dissesse, Nego Remi a música é a original, “ela é gilete”. Não deu outra, entramos na residência do Djalma cantando “A Noiva”, enquanto o anfitrião veio nos receber na entrada da sala, mas, na certeza de que havíamos acatados a sua proposta. Quando chegou na hora da negociação o Bloco todo cantou “ela é gilete”, somente o Djalma entoou, “ela quer chiclete”. O interessante foi que após três vezes cantando a marchinha, o Djalma fazia questão de dizer, ela é gilete. Mas, não foi que esquecemos a casa de Seu Piduca, pois, quando viemos sair do aconchego do Djalma já passava das 19 horas. Vários blocos entravam e saiam, mas, o Pau D’arco não arredava o pé, só entornando cervejas, uísques e ela, a “marvada”. Foi mais um dia inesquecível nas atuações do Bloco Pau D’arco. A receptividade do nosso amigo Djalma Carvalho ficou guardada em uma redoma de cristal na história de um clube carnavalesco que antes de se recolher deixou saudade.

Obrigado Djalma Carvalho e os demais anfitriões. Em nome de todos aqueles que fizeram e conservaram o Bloco Pau D’arco, que sorriram e choraram na sua despedida, eu, Remi Bastos, em nome de todos: Benedito Abreu, Motorzinho, Gevaldo Vilela (Terezão), Reginaldo Falcão, Mindinho, Neca, Meu tio, Nego Basto, Paulo Ventão, Tonho de Aníbal, Sílvio de Jandira, Aderval Carvalho, Zeneto Noya, Newton Ricardo, Mardônio Barba Azul, Jorge das Chagas, Chico Paes, Sinval Bulhões, o sobrinho de Dona Espercina(faltou nome) e os irmãos mais novos de Xogoió e João Das Chagas Neto (João do Mato), os nossos agradecimentos pelo carinho e paciência que tiveram para com o Bloco Pau D’arco.

Aracaju, 12/10/2013.

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