Quarta-feira de carnaval
O dia estava lindo, o galo cantava
Tudo legal
Gente nua era natural
Muita alegria
Animadíssima folia
Era quarta-feira de cinzas
Dentro da minha alta prosopopéia
Amigo da esquizofrenia
Eu gritava de alegria
Era o que mais queria
Jamais imaginaria tamanha façanha
Sem peçonha
Dormirei na colméia
Ao lado de uma camareira
Uma vaidosa e vadia
Uma vadia verdadeira, militante zabaineira
Na banheira seu corpo se contorcia
De prazer e alegria
Amanhece o dia
É só carnaval e alegria
Com alto astral
Eu gritava e chorava
Para todo mundo ouvir
Era o fim do carnaval
Orquestrava-se uma sinfonia
Ao som da melodia Vassourinha
Em memória de fervoroso madrigal
Nada imparcial
Com o estandarte na mão
E o bacalhau pendurado
Os urubus que por ali passavam
Voavam para todos os lados
O danado fedia que doía
O vento soprava
Todo mundo corria
Ninguém agüentava
O aroma do danado
O danado estava vencido
O bacalhau estava passado
Com meu aval, meu amigo chacal
Tira do corpo e azune o avental
E canta de alegria
Ó quarta-feira ingrata
Chegou tão depressa
Só pra contrariar
É de fazer chorar
Inventando estripolia
Imitando um fogoso animal
Era o inicio do final
Enquanto todo mundo
Na quarta dormia
Ele saia animado
Aproveitando toda quinta-feira
Vestido de índia,vasculhava toda a Olinda
Todo mundo ria
Todos diziam ali nasceu Menescal
O famoso bloco
O bloco do bacalhau
O Bacalhau do Batata
BACALHAU DO BATATA
Poesias
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