O QUE RESTOU DE MIM

Crônicas

Remi Bastos

Nasci do interesse e da necessidade de um povo que buscou a educação e o saber. Fiz da minha existência o palco do conhecimento, eduquei a muitos sem distinção de cor e condição social, numa igualdade de direito perante a lei. Fui agraciado em muitos anos por aqueles que num gesto de ternura, bondade e dedicação passaram pelas minhas dependências, do jardim infantil a quarta série primária, deixando nas suas pegadas o perfume da felicidade e a essência da sabedoria. Fui reconhecido e admirado pela atuação daqueles que compunham o corpo docente e discente da minha existência, fui acima de tudo, sem o receio da incompetência o Grupo Escolar Padre Francisco Correia. Quantos alunos passaram por mim e hoje são cidadãos idôneos reconhecidos em suas áreas de atuações como, médicos, advogados, engenheiros, professores, economistas e grandes comerciantes, etc. Ah! Foram-se os tempos áureos de minha vida, quando viam em mim uma necessidade primordial da educação aos interesses do sertanejo santanense. Infelizmente os anos passaram deixando para trás um rastro de destruição. Fui abandonado sem o reconhecimento de tudo aquilo que signifiquei para o povo da minha terra. E hoje enclausurado nas masmorras do desprezo, tombado pelo patrimônio da ignorância, vivo os poucos dias que me restam à mercê da misericórdia. Cada pedaço que arrancam de mim é como se fosse uma folha descartada do livro da sabedoria. Que me tombem com as honras do direito que mereço, mas não com as honras da indguinidade. GRUPO ESCOLAR PADRE FRANCISCO CORREIA (G.E.P.F.C.)

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