XOGOIÓ ESPELHADO EM SEU ALEIXO

Poemas

Remi Bastos

Xogoió aposentou-se
Mas, pra fugir da inércia
Usou sua peripécia
E um comércio “botou”.
Abandonou o apito
E o “treizoitão” nos quartos,
Desfez-se dos velhos cacos
Só os retratos guardou.

Vendeu o capacete
As botas jogou no lixo
E para evitar fuxico
A farda ele doou.
Com um ramo novo na praça
Mas sem muita experiência
Para adquirir ciência
No Mestre Aleixo se inspirou.

De Guarda Rodoviário
Transformou-se em farmacêutico,
Hoje é um terapêutico
De arte manhas diversas,
Faz curativo e dá passe
Sem contar com as receitas
Tudo isso sem suspeita
Massageia e faz compressa.

Conseguiu com Ageu
Filho do Mestre Aleixo
Que botou a mão no queixo
Com a diligência do Xoga,
Um caderno volumoso
Da prática de injeção
Dotado de solução
Com uso ainda em voga.

Mas o primeiro trabalho
Que o Xogoió praticou,
Foi ele que me contou
Não falou mais pra ninguém,
Seguindo os princípios básicos
Do Mestre da Seringa
Agiu com toda mandinga
E habilidade também.

A paciente foi uma "véia"
Do tempo do relicário
Que o novo boticário
Usou como experiência,
Botou um cepo na “veia”
E Jogou o corpo pra trás,
Imitando o Mestre Aleixo
Fez aquele remelexo
Que a “Véia” gostou demais.

Aracaju/Se, 23/08/2011.

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