Pego um lápis, rabisco.
Conciso, concentrado.
Conturbado, mas preciso no que faço.
Continuo escrevendo, até quando?
Quando é agora, até a algumas horas.
Paro, ouço uma música, lembro,
continuo escrevendo.
Já sei! Olho a janela, vejo a luz, vejo a imensidão do céu.
Lembrei-me de meu pai que já se foi.
Um menino correndo,
uma senhora do outro lado da rua, sentada,
balançando o vento.
O tempo passa despercebido,
não para mim, talvez para ela.
Eu escrevo, quando ninguém mais escreve nesse instante.
A rua tem um nome,
eu tenho a poesia,
o menino tem o tempo,
a mulher tem a experiência.
O vento já não sopra mais nessa hora,
continuo escrevendo...
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