Passei o fim de semana em Santana do Ipanema/AL. A cidade mágica como já denominei, respira cultura. Faz gosto conversar com seus moradores. Nem era uma reunião cultural, mas o historiador Marcelo Fausto e o pesquisador Sergio Campos falavam com conhecimento da história da cidade. Fatos do passado e que acontecem no presente são motivos de se falar. Naquela cidade habitam pessoas interessadas em descobrir o que de verdade ocorreu na história dos antepassados. À noite, na Praça Dr. Adelson Miranda, valorizando nosso Ginásio Santana, a festa do trabalhador com música ao vivo e lotada de santanenses felizes. Curtindo as músicas, confraternizando-se entre si, saboreavam lanches diversos, oferecidos pelas lojinhas da praça. Para os santanenses visitantes, como nossa família, ficamos surpresos e felizes com o fotógrafo que registrava aquele momento. Rodolpho do Portal Maltanet veio nos encontrar com a potente máquina fotográfica. Registrava um momento cultural importante para o trabalhador de Santana. Os santanenses estavam na praça, festejavam o feriado. Era primeiro de maio.
Nem sempre se encontram grupos falando de seus costumes. Santana é assim. Sempre foi. As pessoas valorizaram-se entre si. Lá, o que predomina é o valor cultural que as pessoas arraigam. Assim, a cidade cresce de maneira positiva. Terra de pessoas que estudam, pesquisam, investigam. Querem saber sua origem e a de sua cidade, tentam consertar erros cometidos no passado. É a cultura desse povo santanense que já se tornou um patrimônio. Se, é um patrimônio, essa cultura não fenecerá, será vivida no seu cotidiano. Alfredo Bosi diz que cultura é vida pensada. Não é possuir uma alta soma de objetos de civilização. Ele tem razão. Temos uma cultura que nós mesmos construímos. Seríamos ignorantes se não a vivêssemos com intensidade. Segundo o crítico, a construção da cultura acontece até por um processo inconsciente. Inconsciente ou consciente, não importa. Vale-nos saborear o que se construiu e o que se perpetuou através do tempo, de geração em geração.
O que mais me faz feliz é sentir que respeitamos todos que acrescentam nossa cidade. Sinto que não há uma rivalidade invejosa e sim, um trabalho conjunto em nome da terra. Os filhos que se ausentaram fisicamente estão ligados aos acontecimentos da cidade. Sempre que podem, estão presentes matando saudades. Os que fincaram lá, suas raízes, escavacam memórias, levantam polêmicas. São pedras que se sobrepõem na construção de nossa cultura. Como somos sertanejos fabulistas por natureza, vamos “às mãos cheias” fabulando e recheando nossa cultura santanense. Fábulas ou realidades são motivos para inspiração. E cada acontecimento torna-se alvo para quem tem mania de registrar. Os santanenses de agora e os de amanhã participarão dessa forma de viver do santanense.
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