CONHECENDO O PAÍS DA COPA - FINAL

Reflexões

Paiva Netto

Maicon e Elano são dois dos craques brasileiros que participam da Campanha da Legião da Boa Vontade “África do Sul 2010 — Fiz um gol pela infância brasileira”. Assinaram uma camisa alusiva à ação solidária da LBV voltada a socorrer crianças em risco social. Deles foram os gols que deram a vitória ao Brasil sobre os norte-coreanos, na estreia dos comandados de Dunga na Copa do Mundo. Nosso modesto incentivo e parabéns a eles e à equipe brasileira/2010 de futebol.

Faça parte, você também, desta seleção da solidariedade. Acesse www.euajudoamudar.org.

Conforme prometi, continuo a apresentar alguns dados de um país que, com esse portentoso evento esportivo, tem sobre si os olhares do planeta:

Johannesburgo é a maior cidade da África do Sul. Segundo as Nações Unidas, é a mais desigual do planeta, já que pouca distância separa a abastança da miséria. Nela, o distrito de Soweto, para onde muitos negros e mestiços foram deslocados durante o apartheid, abriga o Soccer City. É lá, após ter sua capacidade ampliada, que ocorrem, entre outros, os jogos de abertura e encerramento da Copa do Mundo. Nesse estádio, Nelson Mandela proferiu seu primeiro discurso após ser libertado, em 1990. A ele nossa solidariedade pelo trágico falecimento de sua bisneta Zenani, de apenas 13 anos.

Jogar no Soccer City a última partida da Copa significa, para qualquer seleção, ter chegado à final. E todos esperamos ver o Brasil vencedor.

Os sul-africanos possuem o título de nação com o maior número de infectados pelo vírus HIV: perto de 6 milhões. Enfrentam, ainda, doenças endêmicas, a exemplo da malária e da tuberculose. Em pleno século 21, nas regiões mais pobres, a falta de emprego, de saneamento básico e de condições dignas de saúde é uma realidade. A violência é outro grave problema. As estatísticas de estupro assustam: um entre cinco homens admite tê-lo praticado, índice encontrado em áreas de conflito.

Sabemos que a solução dos problemas sociais passa pela Educação. A África do Sul percebeu isso. Atualmente, destina para a área, de acordo com dados oficiais, 6,6% do PIB.

Esse país merece um belo futuro. A alegria do seu povo e o forte desejo de se libertar do passado opressor dão aos sul-africanos os ingredientes do sucesso. Como a esfericidade da bola, que eles possam, em uníssono, construir um novo país, em que brancos, negros e mestiços vivam com deveres e direitos iguais!

ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL

Na quarta-feira, 16/6, em sessão extraordinária, o Senado aprovou, suprimindo textos, o Estatuto da Igualdade Racial, de autoria do senador gaúcho Paulo Paim. O projeto segue agora para sanção presidencial. Muito resta ser feito nesse campo, mas já é um passo significativo na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

José de Paiva Netto é jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

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