“O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Provérbios 28.13).
Os sujeitos do arrependimento são os pecadores, e somente eles. Adão, em seu estado de inocência, não tinha necessidade de arrependimento. Como não pecava, não havia pecado do qual ele tinha de se arrepender. Aqueles que, em suas considerações, imaginam-se perfeitamente justos e sem pecado não têm necessidade de arrependimento. Por isso, Cristo disse: “Não vim chamar justos, e sim pecadores ao arrependimento” (Mt 9.13).
(a) Todos os homens são pecadores; todos descendem de Adão por geração natural. Toda a posteridade de Adão estava nele; e, representados por ele quando pecou, todos pecaram nele. O pecado de Adão lhes foi imputado e possuem uma natureza corrupta que legaram dele. Por isso, são transgressores desde o ventre e culpados de pecados e transgressões atuais. Assim, todos necessitam de arrependimento, incluindo aqueles que se acham justos e desprezam os outros como menos santos do que eles mesmos. Esses acham que não necessitam de arrependimento, mas isso não é verdade. E não somente eles, mas também aqueles que estão no melhor senso de justiça precisam do arrependimento diário, visto que pecam continuamente em tudo que fazem.
(b) Os homens de todos os povos, judeus e gentios, são os sujeitos do arrependimento. Todos estão debaixo do pecado, sob o seu poder, envolvidos em sua culpa e sujeitos à sua punição. Deus ordena que “todos, em toda parte, se arrependam” (At 17.30). Durante o tempo em que João Batista e nosso Senhor estiveram na terra, a doutrina do arrependimento foi pregada somente aos judeus. Mas depois da ressurreição de Cristo, Ele instruiu seus apóstolos e ordenou que “em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.47). Em consequência disso, os apóstolos exortaram primeiramente os judeus e, depois, os gentios a se arrependerem. E, de modo específico, o apóstolo Paulo testificou “tanto a judeus como a gregos o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20.21).
(c) Os homens são os sujeitos do arrependimento somente nesta vida. Quando esta vida terminar, acabar-se a dispensação do evangelho e Cristo vier pela segunda vez, a porta do arrependimento e da fé se fechará. Não haverá mais lugar para o arrependimento, nem meio de arrependimento, nem sujeitos capazes de realizá-lo. Quanto aos santos no céu, eles não precisam de arrependimento. Quanto aos ímpios no inferno, eles estão desespero total e são incapazes de se arrependerem para a vida... Embora haja choro e ranger de dentes ali, não há arrependimento. Por isso, o rico que estava no inferno desejou que Lázaro fosse enviado a seus irmãos vivos, esperando que, por meio da ida de um dentre os mortos, para alertá-los sobre o lugar de tormento, eles se arrependeriam. Ele sabia que seus parentes nunca se arrependeriam ali, se não o fizessem na vida presente, antes de irem para aquele lugar. Portanto, o arrependimento não dever ser procrastinado.
Paulo diz em 2 Coríntios 6.2: "Eis aqui agora o tempo aceitável, eis aqui agora, o dia da salvação".
Pense nisso
Adaptação de Dr. John Gill
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