A TRAGÉDIA DE UMA VIDA DESPERDIÇADA

José Vaneir Soares Vieira

“E disse Jacó: poucos e maus foram os dias dos anos da minha vida (...)” (Gênesis 47.9).

De que maneira gastamos nossa vida nessa vida? Como nós administramos nossa vida, visto que temos tão pouco tempo no mundo? Será que não estamos desperdiçando a vida?

Nós seres humanos fomos criado à imagem de Deus, equipado com formidáveis poderes mentais e espirituais, chamados para ter sonhos imortais e aprofundar-se nos imensos pensamentos da eternidade, mas a grande massa de pessoas escolhe como razão da sua existência ter uma vida centrada na própria pessoa, em si mesma. Esses seres humanos convidados para andarem com Deus na Terra e para habitar com os santos e os anjos no mundo das alturas excelsas; chamados para servirem a Deus, amando-o e viverem com propósito, estão jogando fora a força da vida em coisas insignificantes, prazeres passageiros, intrigas doentias – não apenas noites e feriados, note bem, mas sua vida inteira. Sem dúvida, esta é uma tragédia!

Não fomos criados para uma existência medíocre, egoísta e centrada na própria pessoa, apegada a futilidades, dedicada ao pecado e alienada do Criador.

Não podemos jogar fora a vida dada pelo Doador em busca da satisfação egoísta, seja nas drogas, na relação promíscua, seja no puro ganho material e acumulando riquezas, seja na não utilização da própria vida como forma de servir ao próximo.

Há uma perfeita tragédia humana que está sendo levada ao palco diariamente diante de nossos olhos, não por atores teatrais do faz de conta, mas por homens e mulheres reais que são os personagens que eles representam. Deveriam eles estar preocupados com o pecado, a justiça e o juízo; deveriam preparar-se para morrer e continuar a viver na eternidade; mas, em vez disso, passam os seus dias envoltos em si mesmos e na busca de prazeres.

Precisamos ter uma visão espiritual do mundo e da vida, sabendo que o Céu é mais importante que a Terra, e a eternidade é mais importante que o tempo presente. Que Jesus Cristo é o Senhor de todos e que Ele se deu a Si mesmo para nos salvar, de forma que nenhuma pessoa tem direito de dedicar sua vida a qualquer coisa que somente venha lhe dar prejuízo na eternidade. Nenhum homem tem direito de se dar completamente a ninguém, senão a Cristo.

O homem que não sabe onde está, está perdido; o homem que não sabe por que nasceu está mais gravemente perdido; o homem que não consegue achar um objeto digno da sua fiel devoção está completamente perdido; e, segundo esta descrição, a raça humana está perdida – e uma parte da nossa condição de perdidos consiste em que não sabemos quão perdidos estamos. Daí, usamos os poucos e preciosos anos de vida que nos cabem por sorte para viver alienados de Deus. Veja, será que à luz da eternidade, as nossas minúsculas atividades humanas, em sua maioria, não são quase igualmente insignificantes, sem valor?

A grande glória do Evangelho de Cristo é seu poder, não só de libertar do pecado o homem, mas também de orientá-lo, colocá-lo no alto de um pico do qual ele pode ver o ontem e o hoje em sua relação com o amanhã. O cristão iluminado pelo Espírito Santo não pode ser enganado. Ele sabe o valor das coisas; ele não investe num arco-íris nem faz pagamento à vista por uma miragem; em resumo, ele não devota a sua vida a coisas insignificantes.

Por trás de cada vida desperdiçada, está uma filosofia ruim, uma errônea concepção do valor e do propósito da vida. O homem que acredita que nasceu para conseguir tudo que puder para si passará a vida toda tentando consegui-lo; e ainda que consiga amealhar milhões ou bilhões, será ao final apenas nada diante do fato de que entrará na eternidade e nada levará. O homem que acredita que foi criado para gozar os prazeres da carne dedicar-se-á à busca de prazer; e se, por uma combinação de circunstâncias favoráveis, ele consegue extrair da vida muita diversão, os seus prazeres acabarão virando cinza em sua boca. Tardiamente verá que Deus o criou com demasiada nobreza, não para satisfazer-se com aqueles sensacionais, mas falsos prazeres a que devotara a sua vida cá debaixo do sol.

Pense nisso!

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