“O dia da Mentira. Em 1564, depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX de França determinou que o ano novo seria comemorado no dia primeiro de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1º de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.
No Brasil, o Primeiro de Abril, começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1828, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. A Mentira saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.”(fonte:Wikipédia)
No tempo de nossa infância, no primeiro de abril, adultos e a meninada fazia troça de alguns desavisados esquecidos da data, eram pegos tendo que atender chamados inexistentes. Se a pessoa fosse analfabeta, melhor ainda, entregava-se um bilhete com a seguinte frase:
“Bote esse bobo pra andar! Hoje é Primeiro de Abril!”
Isso era naquele tempo. E hoje em dia? Nos dias atuais, o dia da mentira não tem mais graça! Isso porque, antes por princípios morais, pela ética, pelos conceitos religiosos e por vergonha na cara mesmo, não se mentia tão descaradamente como nos dias de hoje. Se alguém conta-nos uma notícia. O fato narrado indubitavelmente passará pelo crivo, de no mínimo três conceitos: 1º) Quem está contando; 2º) O que está contando; e 3º) A origem do fato.
A pessoa que conta, sendo-lhe conhecida, é muito provável que você já tenha um conceito formado, e tenha idéia se é a pessoa, de andar contando mentiras ou não; o fato em si relatado, você analisará a verossimilhança; e por último a fonte, se for duvidosa quem lhe contar, diante de sua reação, poderá usar o seguinte argumento:
“Bem! Estou “vendendo” pelo preço que comprei...”
E na internet? Ora, aqui é campo fértil pra disseminação de uma mentira, por motivos muito óbvios, na internet algumas pessoas se sente a vontade pra mentir, por se acharem supostamente protegidas pelo anonimato: a duplicidade ou multiplicidade de identidade. A possibilidade do disfarce, da impunidade, faz muitos se sentirem a vontade pra mentir aqui. A demais no Dia da Mentira não tem graça nenhuma você tentar colocar alguém pra “andar” na internet. Na rede web, o ditado “A mentira tem pernas curtas” pode muito bem ser substituído por:
“A mentira tem remos curtos!”
Uma vez que aqui a mentira não anda, nem voa, ela “navega”!
Santana do Ipanema, sempre teve mentirosos célebres. Excetuando alguns cronistas, bem como, certos políticos, pela peculiaridade das profissões. Os mentirosos de outrora, alguns deles, acabariam entrando pro rol da nossa galera de crônicas engraçadas, contadas aqui no portal, a exemplo do saudoso Reginaldo Falcão.
Na esquina do sobrado do hotel de Maria Sabão, à porta da Loja Cardoso Discos (de Val Cardoso) ali era o ponto de encontro dos contadores de lorota. Citemos alguns, que faziam parte do time: Benga, Tião, Roberto Carlos, Nêgo Cid, filho de Evilásio, Chico Soares, Bibi; saudosos: “Solange”, Homero, Nêgo Lila, Reginaldo Falcão. Mentiam sobre façanhas no futebol, nas rinhas de galo, no jogo de baralho. E tinha mentiroso brabo, feito Jorge Timbó, bastava dois colegas se entre olharem com ar de riso, que saía uma briga.
Fabio Campos 03.04.2012. Conto da Semana Santa, no Blog Fabiosoarescampos.com Inédito “A Caminho do Cruzeiro”
Feliz Páscoa para todos!
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