Entre alguns dos tantos Santos da Igreja que tenho uma devoção mais próxima, o que tenho uma devoção toda especial é o Padre Pio de Pietrelcina; talvez pela característica de sua vida e pela forma como ele enfrentou as forças do mal, ao longo do seu existir, sem fraquejar, fazendo que com tais entidades não tivessem domínio sobre ele. Vale a pena ler tudo que se fale sobre esse Santo, inclusive assistir o filme: “Padre Pio, o Santo de Pietrelcina” que está disponível na plataforma do Youtube. O filme tem mais de três horas e vinte minutos de duração, mas vale a pena.
Esse meu carinho e devoção ao Santo Padre Pio de Pietrelcina, talvez seja consequente do grande “espinho na carne” que carrego comigo desde a mais tenra idade, minha “paranormalidade”, que faz com que em alguns momentos, de alguma forma me identifique com ele. Tanto que, diariamente, em minhas orações pessoais, rogo a Deus através de São Padre Pio.
Nesse dia 23 de setembro, dia de sua morte (ele nasceu aos 25 de maio de 1887), vendo várias postagens sobre esse grande Santo e relembrando sua trajetória, lembrei-me de um fato, relacionado ao tal “espinho na carne” que carrego, que aconteceu no ano de 1995. Foi assim...
Agosto de 1995. A comunidade de Quandu, município de Poço das Trincheiras, pertencente, na época que o fato que vou narrar aconteceu, à paróquia de São Cristóvão de Santana do Ipanema/AL, estava festejando seu padroeiro, São Caetano.
O Pe. José Augusto pediu que eu fosse fazer um trabalho missionário e celebrar o novenário de preparação para o dia do padroeiro. Ele iria somente para o encerramento da festa.
Cheguei à comunidade um dia antes do início do novenário. As lideranças locais já estavam me esperando.
Fui encaminhado para a casa onde ficaria os 10 dias hospedado. Era uma casa que foi construída recentemente, localizada a aproximadamente 300m do povoado e pertencia a um casal, casado recentemente e que se encontrava viajando. Tinha uma sala de dois ambientes - visita e copa -, dois dormitórios, o do casal e outro de visitas, uma cozinha, uma pequena despensa e um banheiro.
Sendo final de inverno, havia algumas árvores verdes e alguns arbustos próximos. Não me preocupei com a distância. Achei até interessante, pois ficava um pouco fora do barulho natural do povoado. Foi sugerido que um adolescente de 13 anos ficasse comigo também na casa, servindo de companhia.
Numa das noites, não lembro qual, estava fazendo muito calor. Tinha terminado de celebrar na pequena capela, me despedi dos fiéis presentes e me dirigi à casa, acompanhado do meu amigo.
Chegamos! Guardei o material da celebração, fomos à cozinha e fizemos um pequeno lanche. Meu amigo se recolheu e eu permaneci mais um pouco colocando em ordem os utensílios utilizados para preparar o lanche. Fui ao banheiro, tomei um banho, coloquei meu pijama e me dirigi para os meus aposentos. Eu estava no dormitório do casal e meu amigo no quarto de hóspedes.
Deitei-me! Estava com dificuldade para adormecer. Ouvia o barulho do vento tocando nas árvores próximas à casa. Já havia passado da meia noite. Finalmente comecei a ter os primeiros sinais de sono.
Repentinamente “me vi” na porta do dormitório. Não estava mais na cama e não sabia como havia chegado ali.
Era estranho, pois tinha consciência plena da realidade.
Nisso, olhei para a cama onde antes estava e percebi que havia alguém, sentado, sobre a cama e sob o lençol. Esse alguém estava se mexendo. Entrei em pânico! Pensei em gritar, mas percebi que não adiantaria. Não havia ninguém além de mim e do jovem na casa e este, não resolveria nada.
Continuei olhando para a cama. Vi surgir de debaixo do lençol um casal de velhos de aparência terrível. Eles estavam abraçados, acariciando-se. Um deles, o velho, voltou seu rosto em minha direção, contorceu-se, tornando-se ainda mais horrível e veio, correndo, para me agredir.
Começamos uma luta corporal sem precedentes. Ele me mordia, me batia, me segurava com uma força sobre-humana. Eu não sentia dor. Sentia uma forte descarga de energia, principalmente nos pontos onde ele me agredia.
Pouco a pouco, comecei a perceber que quando eu tentava me desvencilhar dele ele me agredia e me dominava mais ainda. Por outro lado, quando eu resolvia enfrentá-lo, ele me empurrava querendo se desvencilhar de mim. Foi quando cheguei à conclusão de que ele, também, tinha medo de mim.
Depois de muita luta, comecei a dominá-lo. Ele, percebendo-se derrotado, me deu um grande empurrão e novamente “me vi” na cama, do jeito que estava antes. Estava com a camisa do pijama totalmente molhada de suor, o coração estava acelerado e me sentia muito cansado. Olhei nos meus braços onde fui “mordido”, não havia nenhuma marca.
Levantei-me, fui até o dormitório onde estava o adolescente e vi que ele estava dormindo tranquilamente. Dirigi-me então até a cozinha, tomei um copo d’água, fui ao banheiro, lavei o rosto e passei uma toalha molhada sobre o tórax para tirar o suor, vesti uma camiseta, retornei ao meu dormitório, apaguei a luz, deitei-me e rezei. Aos poucos adormeci, acordando somente de manhã.
Esse texto está narrado nas páginas 425 a 427 do meu livro “EGO, ME IPSO – Autobiografia”, onde exponho os casos sobre a minha paranormalidade.
Importa que minha fé e a certeza de que Deus está comigo, faz-me superar todos e quaisquer obstáculos, inclusive os sobrenaturais.
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