O defeito é uma construção social imposta pela sociedade ainda em tenra idade onde não temos um senso de discernimento se atendemos ao apelo social ou se ignoramos esse apelo.
Na verdade não existe defeito, o que existe é um apelo comercial da indústria de beleza que padronizou o conceito da beleza, engarrafou e comercializou para toda a sociedade impondo a maioria a aquisição desse padrão para fazer parte do grupo que compõem esse padrão universalizador da beleza.
Os conceitos de beleza são inversamente integrado aos contextos onde são empregados com o objetivo de deixa-la inalcançável e dai tentar vender ainda mais seu produto. Ilustrando nossa reflexão vejamos o exemplo da modelo brasileira Gisele Bundchen, com características europeias num país tão miscigenado como o nosso, será um caminho muito longo para alcança-la, já que nosso biótipo ainda sofre as influencias regionais. Bem como presenciamos a modelo Naomi Campbell com características africanas sendo o padrão de beleza em um continente tão inverso quanto o europeu. É visível a atuação do mercado da beleza na construção da ideia de defeito ou não.
Defeito é algo que não nascemos com ele, somos apresentados a ele pelos olhos de quem já esta modificado pelos padrões de beleza. No início somos bebes lindos, dentro do padrão de bebe somos lindos. De repente alguém vem nos visitar e encontra um defeito, algo que no ponto de vista dela não está dentro dos ‘padrões de beleza’ e portando não é bonito, mas até aí não sabemos, mas nossos pais já ficam com receio.
Em seguida, já maiores, muitas vezes nossos pais começam a apontar esses defeitos, ou nossos irmãos para nos encrencar, nossos primos, depois os colegas da escola e quando menos esperamos acreditamos que realmente temos um defeito ou vários e daí começa nosso martírio. Passamos nossa vida grudados em melhorar esse defeito que nos esquecemos de encontrar em nós qualidades que nos faça conviver melhor conosco mesmo.
E isso ainda se reflete em casos mais sérios quando uma mãe ou pai não gosta de algo em si e considera um grande defeito e ao ter um filho (que obviamente sofrerá influência da genética) nasce com características semelhantes aos pais, muitas vezes causa rejeição por parte dos pais a esse filho por vê nele algo que detesta em si.
Como criarmos filhos saudáveis se muitos de nós pais estamos doentes? Como melhorar a sociedade de amanhã com as futuras gerações se nós adoecemos hoje essa geração que está a construir o mundo?
É necessário que façamos reflexões constantes, que ouçamos pessoas com mais experiências que podem nos dizer o que viram da vida para que nós não venhamos a desperdiçar esse curto período de tempo que nos foi dado com um único propósito, sermos felizes.
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