Descrever biograficamente Bartolomeu Barros não preciso fazer pois Maria Cilene, funcionária da Casa O Ferrageiro já fez, inclusive publicado no livro À Sombra do Juazeiro, segunda obra literária com uma coletânea de artigos publicados no Portal Maltanet. Neste momento desejo expressar a minha admiração por esse cidadão que nos seus 80 e poucos anos não deixa de ser um leitor assíduo, e incentivador de todos os projetos de cunho social, intelectual e cultural de nossa terra.
Lembro-me bem no dia em que fui informar a ele que estava trazendo um provedor de internet para Santana do Ipanema, isso em 2001, e ele prontamente me convidou para ir ao Rotary Clube local informar desse projeto. Depois nas nossas conversas, que sempre temos em sua loja, ele sempre me dizia – Vá em frente Zé, pois será bom para nossa terra. Outra vez, já passados alguns anos e o que era um projeto virou realidade ele mais uma vez me falou: - Um cidadão me disse que seu projeto não durava quinze dias, hoje quando me encontro com ele sempre falo que durou muito mais. Seu Bartolomeu sempre me ouviu, talvez pesando que era divagação nas coisas de tecnologia, mas mesmo sem entender muito, sempre me apoia, inclusive muito incentivou para meu ingresso no Rotary Clube. No final dessa crônica vou justificar essa colocação sobre tecnologia.
Mas, voltemos a leitura. Seu Bartolomeu eu considero um dos homens mais cultos de Santana no tocante a leitura. Sempre tem algo para nos informar, um artigo para indicar, um bom livro para emprestar. Ainda não consegui ler Papillion, mas espero um dia ter coragem. Ele já disse que está a minha disposição.
Um fato interessante foi que no ano de 2008 ao publicarmos o livro À Sombra do Juazeiro, fui a Casa O Ferrageiro e o convidei para fazer a apresentação da obra quando do lançamento. Ele na sua modéstia disse que não era capaz e que eu procurasse um escritor. Não gostei da repulsa, mas respeitei a sua opinião e convidei o escritor Olhodaguense Antônio Machado, por ter sido meu professor e está em plena atividade nos escritos, inclusive colunista do Portal Maltanet. A minha surpresa foi que no final da solenidade sou abraçado por seu Bartolomeu que tirou do bolso um papel contendo a apresentação do livro. Tive que me desculpar, mas não poderia naquele momento chamar, haja vista não ter tomado conhecimento de que ele havia preparado algo, mas ele com aquele sorriso de sempre me disse: - fui preparado, pois conheço sua ousadia e não iria passar vergonha, caso me chamasse para falar alguma coisa. Essa condição me serviu para em 2009 homenageá-lo com o prêmio Maltanet, mesmo com alguns cuidados, pois as emoções estão abalando sua saúde.
Mas tudo isso é motivo de alegria e ontem mais uma vez tive o privilégio de estar com seu Bartolomeu num momento especial. Fomos realizar a primeira etapa do Circuito SWA de Leitura no Sertão, nome dado naquela ocasião ao antigo Projeto Leitura no Sertão, pois na etapa de ontem houve uma ampliação. O momento aconteceu na Indústria do Conhecimento – SESI, uma excelente biblioteca construída pelo SESI nas dependências da Escola Municipal Senhora Santana, próximo ao Campus II da UNEAL em nosso município.
Inicialmente o nosso convidado ficou encantado com as dependências da escola e da biblioteca. - Parece que não estamos no Brasil – disse ele logo que entrou na escola. Depois fizemos uma visita juntos e voltamos para a biblioteca, onde alunos das escolas municipais Sônia Pereira (Comunidade Serrote do Amparo), Santa Sofia, Vereador João Francisco Cavalcante (São Félix) e Senhora Santana, diretores e professores nos aguardavam. Falei dos nossos objetivos e começamos a ler. Nosso convidado como sempre interferiu em vários momentos, fez uma leitura e interagiu com os meninos contando suas experiências com os livros.
Ao final nosso agradecimento e o abraço de todos. Convém salientar que na oportunidade doamos livros para os participantes, meta do circuito, que contou com o apoio da Casa O Ferrageiro disponibilizando recursos financeiros para a referida doação. Na etapa de ontem além de lermos o livro À Sombra da Quixabeira, terceiro rebento nosso, graças ao empenho do santanense João Francisco das Chagas Neto implantamos mais um módulo do Circuito Leitura no Sertão. Emprestamos 18 livros O Sonho de Alice para os alunos presentes, que vão ler, se reunirem em grupos e no dia 16 de dezembro apresentar um trabalho sobre a obra, cumprindo assim o ensinamento que aprendi, enquanto aluno da professora Salete Bulhões. Lembro-me perfeitamente do livro indicado “MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS” que li e produzi um trabalho apresentado em sala de aula. Esse incentivo propiciou o meu hobby, ler... ler... ler.
Mas vamos agora justificar o que falei sobre tecnologia no inicio desta crônica. Quando iniciei o processo tecnológico em Santana com a vinda da Internet, disse a seu Bartolomeu que em breve teríamos as tecnologias presentes em coisas simples como celulares e computadores minúsculos que coubessem na palma da mão. Ele deu aquela risada e disse – é mesmo, vamos aguardar.
O tempo passou e o que tinha previsto aconteceu, quando adquiri meu tablet, lembrei do companheiro Bartô (nome carinhoso que comumente o cumprimento)e fui a sua loja mostrar a novidade. E a receptividade foi a que eu esperava mostrou-se familiarizado e disse – É, o mundo muda, os conceitos mudam e os sonhos se realizam não é Zé!.
Isso é um pouco do LEITOR BARTOLOMEU BARROS...
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