Em outra crônica minha, fiz citação ao Sono da Columba. Menina que representa a pureza nos templos Rosacruzes e que tive contato no fim da década de 80 quando participava ativamente das atividades do Capítulo Rosacruz Arapiraca – AMORC.
Naquela crônica, fui ao passado e retratei a simplicidade da menina Sarah Regina Cardoso Barboza, abrilhantando com o seu sorriso as cerimônias ritualísticas daquela fraternidade.
O Padre Fábio de Melo, no seu recente trabalho, fala sobre o tempo e diz que o ele, o tempo, é o senhor das causas. E o tempo passou solidificando uma grande amizade entre este cronista e a jovem Sarah. Mais tarde, chega para aumentar esse afeto o menino grande João Paulo. Garoto de um sorriso nos lábios sempre. Não o vi com raiva e espero não ver. Dessa amizade, criamos laços fortes, a exemplo dos que tenho com os pais de Sarah Oliveiros e Regina.
Na noite de ontem, sábado, 19 de setembro de 2009, fui testemunhar o segundo passo da realização do sonho de Sarah e João Paulo.
Na belíssima Igreja de São José, no bairro Alto do Cruzeiro, em Arapiraca , o jovem casal realizou a segunda etapa do projeto da vida a dois, pois a primeira foi feita durante 11 anos de planejamento e criação de sonhos, as fases do namoro e noivado.
No altar, uma imagem chamou a minha atenção; não vi o Cristo crucificado e sim um Cristo alegre com um sinal especial na mão direita. A nave central da majestosa igreja estava repleta de amigos e familiares dos noivos. Chegou a hora e uma voz suave anunciava a entrada dos padrinhos. Primeiro, os padrinhos da noiva, seguidos pelos padrinhos do noivo. Na sequência um, exemplo de vida e dedicação: duas avós do casal entram de mãos dadas, o materno se fazendo forte nesse momento. Outros familiares especiais entram e tomam assento. Meu coração esperava, como todos os presentes, o momento especial, mas outras emoções estavam por vir. O pai do noivo conduz a minha querida Regina Celi, mãe da noiva, que, com um belo sorriso, emanava uma luz especial e, na minha mente, naquele momento algo, me dizia: vou poder ouvir aquela voz que ouvi no Capítulo Arapiraca, pois Regina também participava como cantora na Ordem Rosacruz. O noivo foi conduzido pela sua genitora e o seu avô.
No altar, João Paulo chorava abundantemente, enquanto sua mamãe carinhosamente enxugava seu rosto. As lágrimas do noivo emocionavam os presentes. Isso mesmo, João Paulo, o poeta Fagner disse “UM HOMEM TAMBÉM CHORA...”.
Chegou o momento tão esperado. O órgão anunciava a entrada da noiva com o início da Marcha Nupcial e meu olhar estava inquieto para o local destinado aos músicos, pois vi Regina Celi se preparar para cantar. Será que ela vai aguentar? Era a pergunta. Perto de mim, estava a Drª Fabrízia que afirmava “é muita emoção”.
“Os sonhos mais lindos sonhei...” ecoou pela igreja. Regina Celi cantava para sua filha a música Fascinação. Aos poucos, os convidados se juntavam para ver a noiva entrar. Ao passar perto de mim Sarah e seu pai, o Mestre Oliveiros Nunes Barboza, que a conduzia, pareciam flutuar. Era como se um tapete mágico conduzisse pai e filha. No rosto de Sarah, até uma lágrima estimulada pelas lágrimas de João Paulo brilhava. Ao meu lado, o Mestre Flaudizio afirmava: “até a lágrima é linda”. Por um momento, pude me transportar ao passado e ver mais uma vez a vestal entrando no Templo Rosacruz, representando a luz e a pureza. Levava consigo todos os anseios e, ao chegar próximo ao noivo uma luz maior se fez. Os Rosacruzes sabem o que a Columba faz na cerimônia nos seus templos.
O celebrante realizou a cerimônia religiosa de forma alegre e descontraída. Depois, os recém casados receberam seus convidados em uma chácara próximo ao Centro Administrativo de Arapiraca e coincidência ou não, também próxima ao Capítulo Arapiraca AMORC.
Que a luz emanada pela menina columba, transformada em moça, psicóloga e amiga, possa agora inundar o lar de João Paulo e Sarah, e que a pureza, vista há 20 anos e agora mais uma vez, possa manter acesa a chama do amor que só cresceu nesses 11 anos de namoro/noivado e que se perpetuará nos corações desses meninos.
Meu agradecimento especial ao Pai por me conceder a clareza de registrar esses momentos tão especiais na minha vida e na vida dos meus amigos e irmãos.
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