Era um domingo de maio de 2008 recebi um telefonema do Anjo Destrambelhado do Mural do Portal Maltanet, João Francisco das Chagas Neto – João do Mato. No contato ele me informava da necessidade de envio urgente para a Gráfica Epitaciana do material referente a capa do livro À Sombra do Juazeiro. Como não tinha a ilustração fui até a residência do Padre José Neto e solicitei dela a câmera de maior potência a fim de tentar fotografar um Juazeiro. O Padre ainda me questionou se iria encontrar uma árvore com frutos, mas afirmei que seria qualquer um, pois existia uma urgência.
Anteriormente já havia pesquisado e pessoas me disseram que próximo a comunidade Barriguda tinha várias árvores e que lá eu poderia fazer boas imagens. E essas pessoas estavam certas. Mas algo bem interessante aconteceu antes que chegasse a referida comunidade. Ao passar próximo a localidade denominada Batatal, perto do acesso ao Campo de Pouso uma árvore frondosa chamou minha atenção e no momento senti como se ela estivesse dizendo estou aqui pronta para ser fotografada, mas meu objetivo estava mais adiante e não dei valor a esse impulso.
Cheguei à comunidade Barriguda e nas margens da AL-130 encontrei vários Juazeiros e os fotografei, porém as imagens não estavam me satisfazendo. Aquela árvore anterior é que tinha me tocado, mas fiquei sem a certeza de que era o que procurava. Guardei a câmera e voltei para Santana. Mas ao passar novamente pelo local parei o carro e perguntei ao morador da Fazenda Santo Antonio que espécie era aquela e ele prontamente me disse que era um Juazeiro. Uma sensação boa percorreu meu corpo e solicitei ao cidadão a autorização para fotografar o que prontamente foi concedido. Fiz muitas imagens cada uma mais bela que a outra e ali estava o material que procurava. Ao voltar ainda fiz uma imagem de dois grandes bois que estavam na propriedade e isso deu até certa dor de cabeça ao proprietário da Fazenda, Dr. João Firmo Soares, pois dias depois o encontrei na agência da Caixa Econômica Federal e ao pedir a autorização para publicar a imagem do Juazeiro ele disse que ao tomar conhecimento de que estava fazendo as imagens foi imediatamente ao local saber o que estava acontecendo mas o seu funcionário não sabia de quem se tratava nem para que o que deixou ele preocupado, mas no momento do meu contato disse que tudo bem e concedeu a autorização.
Hoje quando pego o livro À SOMBRA DO JUAZEIRO sinto que a árvore continua a conversar comigo, agora orgulhosa por ter sido imortalizada. O mesmo acontece toda vez que passo em frente à Fazenda Santo Antonio e vejo o meu amigo Juazeiro, forte, frondoso e belo. Esse contato do humano com o vegetal prova de que a essência divina está em tudo e em todos os aspectos da natureza.
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