VIAGEM AO VELHO MUNDO

José de Melo Carvalho

VIAGEM AO VELHO MUNDO
Jose de Melo Carvalho
Como a grande maioria das pessoas tem anseios para viajar e conhecer o mundo, também eu os tive, e continuo tendo esse mesmo objetivo, projeto da minha mente de adolescente. Pensava, primeiramente, conhecer o Brasil e sua enorme extensão continental; até o momento cheguei a conhecer do Amazonas até Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Piauí, Goiás e o Distrito Federal, somando assim, 21 estados e capitais, restando apenas os estados do Amapá, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Roraima, os quais, diante mão, não tenho por enquanto interesse em conhecê-los, salvo Tocantins e Mato Grosso.
Nosso grupo era composto do autor destas notas e Magna, minha esposa, Michelle, minha filha, do mano Mileno e da minha cunhada Sonia, das manas Ivone e Maria das Graças e dos casais amigos, Marcos e Da Guia e Roberto e Socorro. A viagem realizou-se no período de 14 de outubro a 6 de novembro de 2016, saindo de São Paulo, com destino ao aeroporto de Lisboa, fazendo conexão para o aeroporto Adolfo Soares Barajas, em Madrid, esta segunda maior cidade da União Europeia, depois de Berlim. Dali, fomos acomodados em ônibus até o hotel.
No dia seguinte, levantamos cedo para o café. Imediatamente fomos fazer o passeio panorâmico pelos principais pontos turísticos da cidade, com paradas obrigatórias em alguns deles. Madri é cortada pelo rio Mazanares, que deixa a cidade mais linda, com destaque para as longas avenidas e largas ruas bem cuidadas, com a preservação das suas características históricas e um rico patrimônio cultural. A guia expressava-se em português, e tínhamos sempre junto ao grupo o Sr. Valter, nosso amigo, que sempre organiza esse roteiro e outros de dois em dois anos. Conhecemos o centro histórico, a Praça Maior, cartão postal, situada no centro comercial da cidade, rodeado de altos prédios, restaurantes e bares funcionando às 24 horas. Almoçamos no local.
Vimos na Praça da Espanha homenagem a Miguel de Cervantes (Dom Quixote); na praça Colón, homenagem a Cristóvão Colombo; vimos a Porta do Sol, Catedral de Santa Maria, o Círculo de Belas Artes, Palácio de Cristal, Estádio Santiago do Real Madri, a Plaza de Toros de Las Ventas e fizemos o tour de tapas (petiscos). À noite, fomos assistir a um show de dança flamenca.
No outro dia, após o café das cinco, partimos para Bordeaux, a cidade da Luz, conhecida como “a pequena Paris, capital mundial do vinho”, situada às margens do Rio Garonne. Fizemos rápido tour e provamos vinho e pratos da gastronomia daquela metrópole, repleta de aconchegantes bistrôs; após, fomos a um confortável hotel para recuperar a energias e descansar.
Logo cedo, o destino foi Paris; após vários quilômetros rodados, começamos a avistar de muito longe a torre Eiffel, apelidada de “La Dame de Ferro”, com mais de 300 metros de altura, construída de 1887 a 1889.
Após deixarmos a bagagem no hotel, começamos a conhecer os pontos turísticos de Paris. Cidade bem cuidada, limpa, com cultura para todos os gostos. Iniciamos visitando a Igreja Madaleine, situada na Praça da Concordia, a maior de Paris, onde foi enterrado Dom Pedro II. Depois, visitamos vários locais, como a Catedral de Notre Dame, onde Napoleão foi coroado, e Joana Darc, beatificada. Ali estão guardados a coroa de espinhos usada na cabeça de Jesus Cristo e um pedaço da cruz na qual Jesus fora crucificado; prosseguindo, fomos ao Museu do Louvre, à Avenida des Champs-Eliseés, ao Arco do Triunfo e à Praça da Bastilha, início da Revolução Francesa, em julho de 1789.
Fomos ao Palácio de Versalhes, antiga residência dos reis franceses, que fica a 25 km de Paris. Área enorme, com jardins bem cuidados; dentro do palácio, cada cômodo tem a sua história, com obras de artes, a galeria dos espelhos e muitas coisas bonitas e maravilhosas. Para essa visita, saíamos às 5 horas da manhã e só retornamos às 23 horas. Segundo a guia, quem não acompanhar o ritmo, perde de conhecer mais belezas de cada espaço da cidade. Verdade, pois a correria é muito grande para pouco tempo. Terminamos na outra noite aos pés da Torre Eiffel, apreciando a beleza daquele monumento. Ainda participamos do espetáculo do Moulin Rouge.
Deixamos Paris, e partimos com destino à Inglaterra. No Porto de Calais, na França, atravessarmos de ferry boat o Canal da Mancha, um dos canais marítimos mais movimentados do mundo, sendo um braço do mar do oceano Atlântico que separa a Ilha da Grã-Bretanha do norte da França e une o mar do Norte ao Atlântico.
Depois do luxuoso hotel, às margens do Rio Tâmisa, tudo começa de novo. Visitamos o Big Bem, a London Eye (roda gigante 135 metros) e caminhamos pelo centro, sendo o financeiro, um dos maiores do mundo, também ao lado do Tâmisa. Visitamos o Hyde Parq, conhecemos a fachada do Palácio de Buckingham, vimos a Tower Bridge, ponte que abre por meio hidráulico para a passagem dos navios. Visitamos a Catedral de São Paulo, a fachada do Palácio de Westminster e o metrô de Londres; fomos ver o observatório de Greenwich. Sentamo-nos em famosos restaurantes para tomar chope e saborear petiscos, curtindo-os com os familiares e amigos; e passamos pela Oxford Street, rua movimentada, com muitas lojas de grife e outros lugares que não me recordo mais.
Deixamos Londres, saindo de Folkestone, em Kent, terminando em Calais, na França, dessa vez, atravessando o Canal da Mancha pelo Eurotúnel, com 50 km de comprimento, com seus trens preparados para transportar passageiros e veículos. Com o nosso ônibus acomodado no vagão do Eurotúnel, assim chegamos ao porto, e logo prosseguimos viagem em direção à Bélgica; hospedamo-nos em Bruxelas e de lá seguimos até Holanda.
Em Amsterdam, depois de hospedados no hotel, fizemos um passeio panorâmico visitando o mercado das flores, o bairro Vermelho, um típico moinho holandês, uma fábrica de queijos e ainda a cidade Volendan, uma vila de pescadores banhada pelo Mar do Norte. Conhecemos bacalhau com cabeça. Muitos canais, pontes, bicicletas, arvores, flores, barcos; visitamos a Praça Dan, o mercado flutuante, a Torre da Moeda, a Fábrica de Lapidações de Diamantes e a Praça dos Museus. Passeamos de barco pelos canais, vimos também o Red Light, Distrt, área de muitos restaurantes, bares e cafés.
No outro dia, continuamos a excursão em direção à Alemanha. No caminho, fizemos um mini cruzeiro pelo rio Reno, com belíssimas paisagens, castelos, enormes embarcações marítimas. Em Frankfurt, saborearmos o salsichão alemão com a tradicional mostarda. Deixando a Alemanha, pernoitamos em uma estação de esquis nos alpes austríacos, na cidade de Innsbruck, porta de entrada da Itália.
Daí, chegamos à Itália. No porto, embarcamos num navio e fomos fazer um passeio pelas ruas de Veneza. O romantismo impera nessa bela cidade. Passeamos pela Praça de São Marcos, visitamos a Catedral, conhecemos a ponte do último suspiro, visitamos o Palácio Ducal, a ilha de Murano, experimentamos alguns drinques e fizemos o famoso e tradicional passeio de gôndola, ao som de violino, sonho da minha esposa Magna. Beleza!
Deixando Veneza, partimos em direção de Florença, capital da Toscana, berço do Renascimento. Visitamos a Ponte dos Cadeados, a Praça das Moças, a réplica da estátua de Davi, o Mercado de São Lourenço, a Basílica da Santa Cruz, onde estão enterrados Michelangelo, Galileu e Maquiavel; e o melhor dessa viagem por Florença foi o Boteco do Paraíba, onde podemos matar a saudade da culinária nordestina e da sempre bem-vinda cachacinha brasileira. Foi difícil para os guias convencer o pessoal a voltar ao hotel.
Visitamos Verona, região do Vêneto, cheia de monumentos históricos e também cidade dedicada ao vinho; conhecemos a Catedral, a igreja de San Zeno, a Basílica de Santa Anastácia, o beco onde fica a sacada da casa de Julieta, onde havia morado a família Campello, do romance Romeu e Julieta, de autoria de Shakespeare; e também o Palazo Del Governo, o Teatro Romano, os castelos Vecchio e San Pietro, bem como outros pontos turísticos.
Chegamos a Roma, para visita ao Vaticano, centro mundial da fé católica, que é um país dentro de uma cidade-estado, dentro de outra cidade. O Papa é o chefe absoluto dos poderes. Não existem partidos. Com 440 mil metros quadrados, só a metade é construída. Existem capelas, museus, praças, edifícios, instituições de ensino, quartel militar, rádios, correios, heliporto, embaixadas e estação ferroviária, sendo o menor país do mundo. A Praça de São Pedro, situada em frente à Basílica, é uma das maiores do mundo. Na Capela Sistina realiza-se o conclave. Visitamos também o tumulo de São Pedro, a guarda suíça, o túmulo de Paulo II e subimos à Cúpula da Capela de São Pedro.
Roma, berço maior da civilização antiga. Antes, deixamos as bagagens no hotel e partimos rápido para o city tour, visitando alguns dos principais pontos turísticos da cidade. Conhecemos o Coliseu, centro dos espetáculos de lutas dos gladiadores com gladiadores e gladiadores com animais ferozes. Era uma alegria para o povo da época. Quando pediram ao imperador Adriano para acabar com as lutas, ele disse: “Tirar a alegria de um povo é um insulto.”
Continuamos no dia seguinte as visitas, como ao Monte Palatino, Fórum Romano, Panteão, Fonte de Trevi, Praça da Espanha, Praça Novana, Basílica de São João de Latrão, mausoléu de Adriano, Monumento Vitoriano, ruínas do Largo di Torre Argentina, onde o imperador Júlio Cesar foi assassinado em 15 de março de 44 a.C, e o bairro boêmio de Trastevere e outros.
No outro dia viajamos a Nápoles, próxima ao Monte Vesúvio, na região da Campânia, terra da pizza, terceira maior cidade após Roma, próxima das cidades de Pompeia e Herculano, distante aproximadamente 225 km de Roma. Fomos caminhar pelo centro histórico, conhecendo os monumentos seculares, suas ruas estreitas. Visitamos a Catedral de Nápoles, o Museu Arqueológico e outros pontos.
Depois nos dirigimos ao Porto, onde 25.000 brasileiros desembarcaram na noite de 16 de julho de 1944, para lutarem na segunda guerra mundial. De lá, navegamos para a Ilha de Capri, em um barco confortável. Com pouco mais de uma hora chegávamos ao local. Capri é uma ilha mediterrânea, de origem calcária, conhecida como “A Perola do Mediterrâneo”, bastante procurada pelos turistas do mundo. Existem vários passeios de barco, inclusive para a gruta Azul, quando a maré está baixa. Não foi o nosso caso, pois ficamos apenas olhando. Na parte alta da Ilha, além das ruas estreitas e vilas com bares e restaurantes à vontade, tem vista panorâmica de toda a ilha, o Vulcão Vesúvio e o Golfo de Nápoles.
Retornamos a Roma. No outro dia, seguimos para nossa visita a Portugal, com destino a Lisboa, para curtir os últimos três dias da excursão. Sempre repetindo os mesmos procedimentos, fizemos o Check-in no hotel e fomos direto a Fátima, para conhecermos o Santuário. A cidade fica na serra de Aire, onde começou a peregrinação, depois da aparição da Virgem Maria em 1917. Conseguimos assistir a uma missa em português, no momento da chegada. Passeamos pelo Santuário e vimos diversas pessoas, caminhando, de joelhos, em cadeiras de rodas, pagando promessas. Conhecemos a vila de Aljustrel onde nasceram os três pastorzinhos.
Finalmente, Lisboa para todos. Cidade de porte médio, com pouco mais de seiscentos mil habitantes, cravada na Península Ibérica, com belas ruas bem cuidadas, avenidas longas, bonitas praças. Visitamos o Parque das Nações, lojas, cinemas, o Oceanário, o Centro Vasco da Gama. Estivemos no Mosteiro dos Jerônimos, onde se encontram os túmulos de Vasco da Gama e Camões, e a Torre de Belém. No elevador Santa Justa tem-se vista panorâmica de Lisboa. À Noite, fomos assistir a um show de fado na Adega do Machado e jantar o bacalhau português, regado a um bom vinho do Porto.
No outro dia, fomos ao Amoreira Shopping Lisboa, passear na Praça do Rossio e Dom Pedro IV. Depois, andar no teleférico às margens do Rio Tejo. Como o hotel, onde estávamos hospedados, ficava ao lado de uma estação de metrô, na Rua Uruguai, tudo facilitou. Era só sair do hotel e conhecer mais Lisboa.
Finalmente, tudo chegou depressa como aquela música de carnaval “Ó quarta-feira ingrata, chegou tão depressa, só pra contrariar”, e retornamos, assim, ao nosso querido Brasil. Foi um passeio e tanto.
Maceió, março de 2023.


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