Santana vivia no nosso tempo. Naquela época, nossa cambada tirava sarro de tudo que encontrava. Éramos quase donos do momento. Na ata da nossa gangue, não chegou a ter registro de nenhuma prisão de algum componente, por qualquer crime comum ou desrespeito as autoridades e as famílias em geral.
Éramos educados e apenas brincalhões. Uma Pedrada no cachorro de rua, atirar sapo na parede, melar os intrusos, derrubar tonéis d'água das construções, entre outras atividades, assim a gente caminhava nas noites de folgas, depois do ginásio.
Crimes nenhum. Mas, a mulequeira, as vezes excedia, na perturbação, por conta de gritos e gargalhadas, apesar dos nossos controles.
Pois bem. O Gira era filho de Dona Xica Boa, que exercia a função de comerciante, em frente ao cinema Alvorada, foi figura conhecida em nossos meios. Ele trabalhava com uma máquina de colocar graxa nos pinos dos caminhões. Pessoa honesta, trabalhadora e gostava da branquinha. Certa vez, perguntei por onde ele andava e ele respondeu que vivia em Xicoxico, na Bahia.
A senhora Dona Xica, respeitosa com os clientes, não gostava de ser chamada de Xicaboa. Zé Ormindo, querendo comprar amendoim, que ela vendia por xícara, dizia: Dona Xica, eu quero uma, mas faça UMA XICABOA. Ela atendia, com um olhar enviesado. Grande moleque
Comentários