Projeto Costureira

João do Mato

Dentre as inúmeras possibilidades para o desenvolvimento de uma região com escassez em recursos naturais são a força de trabalho da sua mão de obra e dos seus empreendedores. Tomemos como exemplo o Japão. País de recursos naturais escasso,que importa matéria prima de diversas partes do mundo e a transforma, através de sua manufatura, agradando valor ao produto final e fazendo o caminho inverso, exportando.
Bem que poderíamos implantar, no nosso Sertão, nossas indústrias de confecções de calçados e roupas.Temos grande oferta de mão de obra necessitando oportunidade de trabalho.Com isso, aumentaríamos á renda familiar e agregaríamos valor ao produto acabado.
Quanto á matéria prima necessária a implantação, tecido e couro, temos facilidade de aquisição ,quer na região,quer em outras do nosso país. Temos uma fábrica de tecidos implantado,há mais de 80anos, no município de Delmiro Gouveia.Sabemos que hoje o algodão não é mais produzido na região.A compra da metéria prima é efetuada através da Bolsa de Mercadoria e Futuro,BMF. E o maior produtor no país,hoje, é o estado do Mato Grosso.
Outro exemplo de industria de transformação é o Polo Avícola de São Bento do Una.
Alí tudo é comprado fora, desde a principal matéria prima que é o milho passando pelos utensílios dos galpões que vêem de outros estados. A região apenas reune matéria prima e aves para transformar em carne e ovos para o mercado regional , através da administração da mão de obra local.Gerando como isso emprego e circulação de dinheiro na praça.
Anteriormente, sugeri, a um amigo nosso aí de Santana,a criação de um projeto nesses moldes,não da fábrica de Delmiro,mas de pequenas indústrias de confecções através de fundações de Associações de Costureiras.Forneci o projeto detalhado e os passos para implatação junto á uma Associação de Moradores de uma determinada localidade.O projeto consistia em duas partes: visitas aos centros de confecções,hoje desenvolvido e consolidados, como Turitama e Santa Cruz do Capibaribe,e uma parte financeira para aquisição de máquinas e o capital de giro inicial para compra dos insumos e manutenção inicial do projeto.A idéia foi bem aceita, mas faltou persistência em levar a coisa avante.
Como estava aqui matutado sobre a situação econômica das regiões semi-áridas, achei por bem escrever este artigo, mostrado essa idéia para ver se outros pessoas concordam com ela e qual seria a estratégia de levá-la adiante. Quem sabe....se sonhando juntos não quebramos esse ciclo vicioso ??? Pensem nisso!!!


João do Mato.

joao.neto@cbaa.ind.br

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