O caso da menina Gabriela Nichimura. “A mãe, uma tia e uma prima da adolescente que morreu após cair do brinquedo estiveram na delegacia da cidade na tarde desta quarta-feira (29) para prestar depoimento ao delegado responsável pelo caso, Álvaro Santucci Noventa Júnior. Elas estavam com Gabriela Nichimura, que caiu de uma altura de 30 metros do brinquedo La Tour Eiffel e morreu antes de chegar ao hospital na sexta-feira (24). O pai da garota, Armando Nichimura, não prestou depoimento porque estava muito abalado e será ouvido em outro dia. Dois dos cinco funcionários do parque que operavam o equipamento no momento do acidente também foram ouvidos pela Polícia Civil.(Fonte:G1)
Nossa crônica introduz-se pondo em foco essa fatalidade envolvendo a menina do parque de diversão. Muito embora, queremos mesmo é resvalar pra um aspecto implícito neste caso: Os abusos, cometidos todos os dias nesse país contra o cidadão. Infelizmente ainda vigora com muita propriedade “A Lei do Gerson” aquela onde se procura tirar vantagem em tudo. O maldito e famigerado “Jeitinho Brasileiro”. Inclusive tem história, “Jeitinho Brasileiro é arte de ludibriar, se dar bem ou passar a perna com aquilo que a situação lhe dá, alguns chamam, dentre outros eufemismos, de a arte do improviso em proveito próprio. (...) é como um vício incontrolável misturado a uma doença contagiosa, mesmo que o sujeito saiba que não é ético agir em benefício próprio em detrimento dos demais, ele irá fazer.(Deciclopédia).
Não faz muito tempo, circulavam pelas rodovias Estaduais e Federais de nosso sertão, um transporte alternativo, um tipo de carro, totalmente inadequado para transportar passageiros, a famigerada Caravan, da montadora Chevrolet . Ainda existe um bocado rodando por aí, muito embora, já não com tanta frequência como outrora.
Certa ocasião, resolvi ir a Palmeira dos índios. Por estar com pressa em viajar, acabei submetendo-me a aventura de ir numa dessas Caravan (modelito 1978). Saímos de Santana do Ipanema praticamente com todos os lugares ocupados. Mas a cada passageiro que o motorista via na beira da estrada, nem precisava dar com a mão, ele parava. Não me pergunte como, ele ia “dando um jeito” de acomodar. O cara-de-pau do condutor pra descontrair dizia:
- É que nem coração de mãe...Sempre cabe mais um!
E não é que cabia mesmo? No povoado “Bola”, dois “bolivianos” se submeteram a irem trepados no bagageiro, foram fazer companhia a mais dois que já estavam lá. Ao chegar, ao povoado Mata-Burro, não tinha onde colocar mais nem um passageiro.E um rapaz acha de dar com a mão pra Caravan. E claro, o motorista parou. Olhou, olhou, realmente não tinha onde colocar, mais aquele passageiro.Ora! Nosso intrépido chofer não se fazendo de rogado indagou ao rapaz:
-Sabe dirigir?
-Sei.
-Então leve o carro.
Recebeu o dinheiro dos passageiros. Pegou outra Caravan que vinha logo atrás. E nós (com um novo motorista) seguimos viagem.
Fabio Campos 03.03.2012 Conto inédito no Blog fabiosoarescampos.com Visite!
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