Apaixonado que somos pela palavra seja ela escrita, falada, cantada, versejada, digitalizada, desenhada, pintada, hipertextualizada, fundida, fragmentada, etc., vamo-nos embrenhando pelos vastos caminhos dos termos linguísticos e realizando descobertas que não só aumenta nosso interesse pelo tema como deixa-nos mais e mais fascinados.
Deus pai criador de todas as coisas, Ele não apenas criou a palavra, como o próprio a é. São João, não o batista, mas o evangelista, inicia seus escritos dizendo: “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus.”Jo 1,1. Ao que concluímos que: sendo pois o criador o verbo, tudo que criou é substantivo! “...assim diz o antigo testamento gramatical: o adjetivo foi feito da costela do substantivo, para com ele casar e concordar”. Metáfora contida à página 43 da revista da Língua Portuguesa, edição 63 de janeiro de 2011, numa matéria sobre casamento que é uma união substantiva.
A mesma revista noutra edição (65, março de 2011) traz duas outras matérias interessantes para os amantes da arte dos vernáculos. “O Latim, Ressuscitado”, trata de como seguimentos como a igreja católica de Roma, o cinema e mesmo o Google renovaram o interesse pelo idioma, considerado uma língua “morta” por não ter uma nação que o adote nos dias atuais como idioma oficial.
O padre Adauto Alves Vieira pároco da paróquia de Senhora Santana, em seus sermões, na homilia e palestras, utiliza-se da práxis de estabelecer comparativo de palavras em português quanto a sua origem com o latim. É muito importante, principalmente pra quem se interessa pela origem dos termos.
A outra matéria, fala da descoberta de que o sotaque do interior pode ter surgido na capital. A matéria é intitulada: “O Caipira é da Metrópole”. A pesquisadora Adriana Natali foi buscar o motivo, o porquê, do caipira trocar o “l” pelo “r”, como em “pranta” ao invés de “planta”. E de como “relho”, “orelha” e “mulher” vão virar “rêio” “orêia” e “muié” na boca do matuto.
E a internet? Conclusão nossa é, que a internet apesar de ter nascido na metrópole, não deixou escapar as origens de quem a concebeu, ou a criou. Vamos encontrar por exemplo: Site; do inglês, traduzido significa sítio. Tem coisa mais brejeira e interiorana que um sítio? A página principal é chamada de Home, que traduzindo dá casa, mas casa no sentido de lar, de coisa bem família; Windows é janela, só casa do campo, casa do interior e trem mineiro tem janela! Apartamento tem mesmo é entrada de ar e persianas!
Quem viveu na década de 70, com certeza se lembra, das músicas de Lindú, Cobrinha e Coroné. De Zenilton, de Genival Lacerda, Marinês e tantos outros. Cujo sotaque nordestino era aproveitado de forma esplendorosa pra compor músicas com duplo sentido. Sem “ferir” nossa moral e nossos ouvidos.
“Todo mundo nu casamento da Maria”, “Abra as pedras meu Amor” Com o Milho no Aceiro””Por causa da Pepita” “Talco no salão”
Muitas delas continuam vivas em nossa memória. Algumas até utilizadas como forma de pilhéria, entre amigos. Ao encontramos um camarada, totalmente suado, devido a um esforço físico desprendido. Podemos muito bem usar verso da música do Trio Nordestino e perguntar: “Isso tudo é suor?”. Naturalmente que no sotaque matuto, se perguntará assim:
-Tu désse o “ó”?
Fabio Campos 17/06/2011
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