QUEM VEM DE FORA TAMBÉM "AMA" NOSSOS ANCESTRAIS!

Fábio Campos

A história das origens, do povo e da cidade de Santana do Ipanema. Parte dela, encontra-se registrada em obras de escritores santanenses contemporâneos e extemporâneos. Distribuída em livros como “Santana Conta Sua História” da autoria de Floro e Darcy Araújo, de 1976. Em “Geografia Geral de Santana do Ipanema” (1978), do escritor Clerisvaldo B. Chagas. Em Obras do escritor Djalma Carvalho, como em “Ventos e Trovoadas”, seu mais recente trabalho. Nas obras do escritor Marcello Ricardo Almeida, e da sua genitora, a escritora Maria do Socorro Ricardo Almeida. Bem como nas Antologias de contos, crônicas e poesias, coligidas pelo Portal Maltanet, em “A Sombra do Umbuzeiro” e “A Sombra do Juazeiro”. Convencionamos citar ainda, trechos de um Projeto de pesquisa, do Escriturário Público, senhor Sérgio Soares de Campos em parceria com o professor José Cícero Sobrinho “História do Município”. Disponível na Sessão Cultural desse espaço virtual, Maltanet. Constatamos, nestes escritos, o registro da origem etnográfica e antropológica de nosso povo e de nossa cidade.
Assim referem-se Sérgio Campos e Cícero Sobrinho sobre nossa origem: “Os primeiros habitantes do lugar onde hoje é nossa cidade, foram os índios Carnijós ou Fulni-Ô (...) A população cresceu e cinqüenta anos depois já contava com 4.703 habitantes dos quais 570 eram escravos (...).
Na enciclopédia virtual, wikipédia.com.br, sobre nossos colonizadores, é citado ali: “(...) os irmãos Martins e Pedro Vieira Rego descendentes de portugueses (...)“. Fica assim, evidente nossa origem. Não sendo, diferente das demais regiões do Brasil: Índio (nativo), Negro escravo e Branco português.
Da raça branca. Nossa mais concreta representatividade estaria, nas famílias cujos sobrenomes, são de origem genuinamente portuguesa. Uma vez que nossos remanescentes brancos são citados como descendentes de português.
Da raça negra afloram como muita ênfase, em nossas raízes, Os quilombolas. Onde hoje, localiza-se o Conjunto Marinho, já foi denominado, e alguns ainda assim se refere de, Alto dos Negros, devido a origem escravagista da maioria dos moradores do local. Quando acrescentamos pejorativamente ao nome de alguém de nossa comunidade, o termo “nêgo” ou “preto” Por exemplo: Nêgo Paulo; Nêgo Lila; Nêgo Jorge; Zé Nêgão; Sulino Preto! Nêga Bá! Mãe Preta! Notadamente estamos diante de pessoas com fortes indícios de remanescência banto ou nagô.
“Carrinho índio”, foi a nosso tempo. Nossa principal referência dos remanescentes indígenas. Quando estava entre nós - Já foi “lá pra cima”- mediava sua vida entre a de um silvícola e a de um habitante da urbe. Nas cheias desafiava o rio Ipanema. Ajuntava gente, só pra vê-lo pular da ponte general Btista Tubino ou da ponte do Padre. Que coragem! Em si tratando do seu lado amoroso, mais coragem! Era homossexual. E pra atrair seus pretendentes, confeccionava artefatos indígenas. Muitos meninos, da Praça do Monumento, frequentaram sua casa por conta disso.
João da toca, o fundador do time Guadalajara, filho de Seu Arlindo, natural de Jacaré dos Homens. Viveu parte de sua infância e juventude em Santana do Ipanema. Certo dia, mudaram o apelido de João. Eis o porquê: Aliciado pelo velho amigo Aguinaldo do Hotel, que depois fez questão de espalhar o ocorrido. Fizeram uma visita a Carrinho. O índio gostava de tomar cana, e já bastante embriagado, lhe faz uma pergunta desconcertante:
-João você me ama?
- Mais ou menos...
Foi a resposta mais plausível que nosso amigo encontrou no momento, pra não se contradizer, nem contrariar o aborígine. E desde então, João da Toca, passou a ser chamado de João Carrinho.

Nota de roda-pé: A Escola Municipal Senhora Santana tem, no acervo de livros da Sala de Leitura, obras do escritor Djalma Carvalho, doadas pela professora Benedita (a popular Nêga). E obras dos escritores Clerisvaldo B. Chagas e Marcelo Ricardo Almeida, doadas pelo cronista. Todas com dedicatória e autografadas pelos autores.

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