PEÇO UM VOTO DE CONFIANÇA!

Fábio Campos

Na presente campanha eleitoral, um crime vem sendo praticado descaradamente pelos candidatos. Não é de agora, já vem de longas datas. E nem estou falando da quebra de sigilo bancário, produção de dossiê, compra de votos ou coisa que o valha. Refiro-me ao assassinato da Língua Portuguesa, por parte dos incautos candidatos, desde o menor ao mais alto escalão.

A frase-título desta crônica ilustra um caso clássico de um vício de linguagem chamado de Pleonasmo, que se caracteriza pela redundância na escrita e/ou na pronúncia de termos linguísticos, com a intenção de dar ênfase ao que se declara. Por exemplo: Subir pra cima; entrar pra dentro; sair pra fora. Alguém por acaso daria um voto a outrem se não fosse por confiança? Se assim se procede, pode ser chamado de qualquer coisa, menos de voto.

A Língua Portuguesa ao aportar em terras brasileiras, enriqueceu-se adquiriu novos elementos. Defendemos a tese de que ninguém, fala necessariamente errado, ocorre em determinados casos a fuga do padrão. (O domínio da escrita é outra história). Na fala, há uma tendência a generalização pelo coloquial, muito embora devamos primar pelo uso da linguagem culta, coerente e principalmente com clareza. O tema remete-nos a piadas envolvendo o idioma lusitano:

-Juquinha na frase: “Eu sou bonita!” Em que tempo está o verbo?

-Tempo perdido professora!

-Juquinha e na frase: “Roubaram meu carro.” Onde está o sujeito?

-Na cadeia professora!

Rememoramos nossos abnegados professores da Língua Portuguesa, do Ginásio Santana: Irani Pereira, Irene Chagas, Maria Salete Bulhões, professor Manoel e tantos outros. Graças a eles pudemos enfrentar os concursos e vestibulares da vida, disputando de igual pra igual e obtendo êxito pelos conhecimentos adquiridos. Havia também momentos de descontração. Lembro de uma vez que o professor Manoel trouxe uma frase fazendo um desafio à turma.

“-De que forma mudando apenas a posição da vírgula, podemos alterar totalmente o sentido desse período: Um fazendeiro tinha um bezerro e a mãe, do fazendeiro também era o bezerro.”

Há muita gente, presumivelmente culta, usando em suas locuções pública, construções linguísticas absurdas, a exemplo de:

A gente tem; ; Rúbrica; Cópia xérox;previlégio; Sua Excelência,etc.

O ministério da Cultura adverte, e nós aconselhamos, aos pais: Quando começar o horário político na tv tire as crianças da sala.


Fabio Campos 10/09/2010 É Professor em S. do Ipanema-AL.

Comentários