OUVIR, OU ESCUTAR?

Fábio Campos

“Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” A frase é conhecida. A encontramos na bíblia, nos Evangelhos, de São Mateus(11,15; 13,9); São Marcos (4,21-25; 7,14-16); São Lucas(8,8), e em Apocalipse(2,7). São palavras de nosso Senhor Jesus Cristo. É uma exortação ao que Ele falou. Para sublinhar, para chamar atenção para o que foi dito.

O questionamento, da frase-título, nasceu a partir de uma palestra que participamos esta semana. Então vamos aos fatos: “OUVIR: Verbo transitivo direto; entender ou perceber os sons pelo sentido do ouvido, da audição por exemplo: ouvir música; oferecer atenção, atender, escutar; por exemplo: escutar os conselhos, as razões de; dar uma resposta positiva em relação a. Vem do Latim “Audire”. ESCUTAR: Verbo transitivo; ouvir com atenção; dar atenção a; perceber. Do Latim “Auscutare”. Fonte: dicio.com.br”

Pois bem, apesar de parecerem a mesma coisa, não são. Ouvir, nós ouvimos por possuirmos um sistema auditivo. Ouvimos os sons que nos cercam, até mesmo o silêncio. Sem no entanto darmos a devida atenção. No entanto, se escutamos, uma atenção mais acurada temos para aquilo que chegou ao nosso aparelho fonador.

A palestra que participei como ouvinte, ocorreu na última quarta-feira (21/07), na Escola Estadual Professor Mileno Ferreira da Silva, onde trabalho. A palestrante Luciene Amaral, é doutora em educação, pedagoga, trabalha na escola Estadual Ernande Brandão como professora, e na 6ª GERE [Gerência Regional de Educação] como TAG = Técnica em Acompanhamento de Gestão; é graduanda em psicologia. É também cronista, aqui no Portal Maltanet.com.br
Na minha trajetória de mais de quarenta anos como ouvinte de palestras, seminários e coisas afins. Posso dizer, sem medo de errar, esta foi uma das melhores que participei. Foram momentos de desfrutar de conhecimentos novos, muita experiência, compartilhamentos, muita identificação. Vocábulos homônimos, tais como: SIMPATIA, ANTIPATIA. Palavras tão nossas conhecidas. E outra “irmã” desta surgida com o advento da pandemia do Covid-19: EMPATIA. E de como tivemos que rever nossos conceitos de VIDA, que não seria nem LONGA, nem CURTA, mas SUFICIENTE. E de como a frase: “Estamos todos no mesmo BARCO; e que também enfrentamos a mesma TEMPESTADE.” é uma constante. De que somos e vivemos em BANDO [ Bando: conjunto de animais ou de pessoas que se ajudam mutuamente, nas adversidades, nos enfrentamentos, nas alegrias. Fonte: Google], E de como uma sigla: SDE = Síndrome do Desgaste da Empatia, passaria a ter tanto significado para nós com a pandemia. Leva ao efeito da “Bucha de esponja” com a tendência de absorver tudo! E de como passamos a nos preocupar [Pré-ocupar, se ocupar em demasia. Fonte: Google] com sentimentos: de que nada vai dar certo, que não vamos dar conta. Enfim de tantas coisas: de nós mesmos, da família; o desespero de vivermos confinados, sozinhos ou com o outro, que nem conhecíamos direito; dos filhos que agora passaram a estar o tempo todo dentro de casa; a dificuldade de dormir, idem de acordar; de como nos irritamos facilmente, e como nosso humor passou a mudar com o vento; a falta de interesse de coisas que antes eram tão prazerosas. De como tivemos que “aprender” a conviver com máscaras, a valorizar e reconhecer um sorriso pelos olhos, porque a boca não vemos. Prazer em conhecer: esse/essa, é cada um de nós! Na pandemia.

E O QUE FAZER COM TUDO ISSO? Buscar MATURIDADE EMOCIONAL, entender que somos limitados, que temos uma tendência inata de nos colocarmos como vítimas de tudo. A culpa é sempre do outro. Precisamos assumir nossas culpas. E se estamos como estamos, isso pode ter ocorrido por conta das nossas [más] escolhas. Precisamos aprender a calar quando for preciso calar, e falar o necessário, quando for necessário. Isso é, adquirir MATURIDADE EMOCIONAL, o mesmo que se “alfabetizar” emocionalmente. Assumir-se Analfabeto Emocional, é o primeiro passo. Evitar os extremos: Nem autoestima exagerada, nem pessimismo desequilibrado! Todos os dias acordar, buscando ter pensamentos positivos. Frases positivistas ditas na frente do espelho, ajudam muito!
A psicologia tem a ver com a lenda de Quíron o centauro da mitologia grega, que apesar do grande poder de cura, não curava porém a si mesmo. Fica aqui o ensinamento “Só é capaz de curar quem sente a dor do outro.” Pessoas maduras emocionalmente, conseguem gostar de estar sós. De estar na sua própria companhia. Por que será que nos irritamos uns com os outros? Aquilo que nos tira do sério, é na verdade, algo que não estaria completo em nós mesmos. O lixo que o vizinho jogou na sua porta, jamais deveria lhe tirar do sério. É preciso decidir na vida, se queremos ser PEDRA ou PORTA a vida de alguém.
Ensejando o término desta crônica, quero parabenizar a colega cronista, doutora Luciene Amaral, pela excelente palestra. Fiz o possível para discorrer com fidelidade sua oratória, sua retórica fantástica na palavra escrita . Escusada com as faltas. Aceite a tentativa.

UM POUCO DE HUMOR, PRA ENCERRAR
BODE GAIATO
AÍ BOTEI AQUELES SONS DE FLORESTA QUE TEM NO YOUTUBE PRA EU DORMIR. ACORDEI 4H DA MANHÃ COM UM MACACO GRITANDO!

"-MEU AMOR SE EU FALAR: “TE AMO” TU FALA DE VOLTA?
-FALO!
-TE AMO!
-DE VOLTA!"

MINHA PACIÊNCIA É IGUAL MEU DINHEIRO
TENHO POUCA. E MERMA ASSIM ACABA LOGO.

PELO MENOS EU NÃO SOU PROPAGANDA ENGANOSA: SOU FEIO NA INTERNT E PESSOALMENTE.

"OXI! OMI HOJE É DIA DOS AVÓS, E TU NUM ME COMPRASSE NADA?
EU NUM SABIA QUE VENDIA COISA!"

"-EU FICO TODA MOLHADA QUANDO TU FALA COMIGO!
-E É? TE DEIXO DOIDINHA É?
NÃO! SÓ FALA CUSPINDO!"

“-VÓ ACHO TÃO BONITO, A SENHORA AINDA CHAMA VÔ DE MEU BENZINHO MEU XUXUZINHO!”
-É PORQUE EU NUM LEMBRO MAIS O NOME DELE, MEU NETO!"

FABIO CAMPOS, 25 DE JULHO DE 2021.
FELIZ DIA DOS AVÓS, PARA TODOS!

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