Estamos à época da safra do fruto temporão mais apreciado pelos cachaceiros o fruto do cajueiro. Aliás, a polpa do caju (Anacardium ocidentale) trata-se de um pseudofruto. A fruta do cajueiro na verdade é a castanha. Num recente projeto onde houve exposição de trabalhos, sobre a cultura nordestina, uma aluna da Escola Estadual Mileno Ferreira pesquisou e relatava para os visitantes do seu estande que o caju é fruto nativo do Brasil. Sobre sua popularização junto aos consumidores de destilado se daria por ser uma fruta cítrica, bastante adocicada. Já a cachaça, dizia a aluna, vem de cagaça, um líquido elaborado por destilação da garapa adquirida com a moagem da cana-de-açucar (Sacharum L. sp.) esta não é uma planta brasileira veio da Ásia ocidental.
Seu Lunga o cearense mais abusado do sertão do Cariri certa ocasião estava vendendo laranjas na feira e uma mulher chegou pra comprar e perguntou-lhe segurando um dos frutos:
-Seu Lunga é doce?
Seu Lunga em cima da bucha:
-Não é laranja.
Outro dia Seu Lunga entrou numa Bodega e pediu uma cachaça. Na mesma hora faltou energia O bodegueiro então falou:
-Êita Seu Lunga! Faltou energia...
-Vôte! Eu vim tomar cachaça não foi choque!
Aqui em Santana do Ipanema temos nosso Lunga. Trata-se do meu amigo Mario Pacífico do Bar Comercial. Com ele tolerância zero pras perguntas bestas. Certa ocasião um freguês desses que gosta de tomar cachaça, pediu uma dose e solicitou uma banda de limão, mas exigiu:
-Só não quero limão azedo.
Esperou meia hora e nada do limão chegar. Ao cobrar mais uma vez, Mário questionou:
-Você quer limão ou um pedaço de doce?
Uma freguesa comprou uma coxinha e perguntou a Mário segurando um tubo de pimenta:
-Essa pimenta arde?
Ele nada respondeu. A mulher colocou e reclamou:
-Êita gota! Perdi a coxinha!
-A senhora queria uma pimenta que não ardesse! Quando eu encontrar essa garanto que trago pra cá.
Padre Cirilo no tempo que foi vigário da paróquia de Senhora Santana, foi convidado por Doutor Adelson Isaac de Miranda e Seu Bartolomeu Barros, pra passar um final de semana na fazenda do Diretor do Ginásio. Tudo bem, tudo bacana. E eis que ao cair da tarde estavam em baixo de um belo cajueiro carregado de frutos. Os amigos do padre ofereceram uma cachaça ao vigário, mas receberam como resposta um não, bem comportado, mas não. O padre teria dito que a cachaça ele recusava, mas chupar uns cajus tirados diretamente do pé, isso ele não perdia por nada. Iria colocar as bolsas no quarto botar uma roupa mais leve, e ia desfrutar daquele prazer. Doutor Adelson e Seu Bartolomeu tiveram idéia, injetaram cachaça com uma seringa, nuns cajus mais fáceis de alcançar com a mão. O padre retornou dos aposentos e já foi catando justamente os cajus recheados de cachaça. Padre Cirilo só percebeu a diferença depois de se sentir meio grogue. Os amigos entre gargalhadas relataram pro padre que ninguém até aquela data tinha ido ali, sem tomar uma cachaça e nem mesmo o padre ia escapar, como realmente não teria sido poupado.
Fabio Campos 20.10.2011
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