OS ÔNIBUS DE MANÉ MORAIS

Fábio Campos

"As Sopas" foi o apelido que as kombis que circulavam pelos bairros de Santana ganharam, fazendo a vez de transporte coletivo. Podia-se deslocar da Estação Rodoviária ou da Praça da Bandeira até o Lagedo Grande ou a Cohab Velha ou simplesmente dar uma circulada por toda a cidade, a qualquer hora do dia ou da noite, por um preço acessível. O valor pago por passageiro e corrida, correspondia ao valor cobrado pelos atuais mototáxis. Por um bom período, início dos anos oitenta, circulavam pela cidade e faziam sucesso, "as sopas".
Idéia de jovens empresários,filhos desta terra, assim como Jota Arlindo que investiu nesse empreendimento inovador, e ate certo ponto polêmico. Pena que não foi à frente.
Outros empresários, por iniciativa própria investiram em projetos edificantes em Santana do Ipanema, a exemplo de Manoel Augusto Azevedo que recentemente inaugurou nas imediações de nossa cidade um parque aquático popularmente chamados de toboáguas. Um dos principais esponsáveis pela vinda da ESSER-UNEAL pra Santana. Proprietário também do primeiro hotel três estrelas da cidade. As más línguas (pois sempre existem!) diziam que as três estrelas do hotel eram: O próprio Manoel e seus dois irmãos.
Mané Morais foi outro empresário que por muito tempo, animou os bailes carnavalesco de nossa cidade, pois fora proprietário de Banda de Música. Tempos depois, mudou-se pra Palmeira dos Índios. E lá, na terra dos xucurus, implantou uma linha de ônibus interurbanos, que mantinha com uma certa dificuldade. Eram poucos coletivos e mesmo assim, a frota tinha ônibus caindo aos pedaços. Qual não foi minha surpresa, a alguns anos atrás, ao ouvir um colega de faculdade, o palmeríndio Rodolfo Canuto, a cantar pelos corredores da UNEAL, plagiando música de Altemar Dutra:
-Sonhei que eu era um dia um cobrador
dos velhos ônibus de Mané Morais!

Fabio Campos 07/10/2009

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