Depois do carnaval, deu no portal de notícias da Rede Globo, “Palavras mais usadas nas Escolas de Samba de São Paulo: Nenhuma palavra foi tão cantada no Anhembi no primeiro dia de carnaval em São Paulo quanto "Amor". A expressão é citada nove vezes nos sambas-enredo das primeiras sete escolas que desfilaram no Grupo Especial. "Brasil", "Bandeira", "Coração" - com cinco citações cada - também foram bem cotadas.”
No apagar das luzes do ano passado, publicamos crônica engendrada nesse mote: Se palavras ficassem gastas toda vez que fossem usadas. Algumas, coitadas, no mês de dezembro trabalhariam que era uma beleza! Feliz, Próspero, Esperanças, Novo, e outras mais. Se tivesse delas que pertencesse exclusivamente à determinadas pessoas. Se pra usá-las tivesse que pagar. Alguém acabaria ficando rico!
Há pessoas que se especializaram somente nas palavras contidas na bíblia. Sabe quantos vocábulos estão contidos nas Sagradas Escrituras? Nada mais nada menos que 788.258 palavras. Das quais 14.565 são citadas uma única vez. Lidera o ranking a conjunção “e” citada 28.364; o “a” complemento nominal, artigo definido 28.269 vezes. O termo “Deus” é citado 4.293 vezes. Jesus 953; e Cristo 523.
Bolha de Palavras
É muito provável que no dia a dia, acabemos formando bolhas de palavras, que as usamos a cada período de tempo. Momesco: Como a usamos próximo ao Carnaval!; Pascal ou pascoal: Na quaresma, páscoa e pentecostes; Junino: Por ocasião das festas do mês de junho; Festividades : Na festa da juventude e da nossa padroeira Senhora Sant’Ana; Alusiva, nos festejos Pátrios: 07 de setembro, 15 de novembro, entre outros; Natalino: Da véspera de natal a ano novo. Para os interessados no assunto, cai bem uma tese sobre a evolução das palavras no ciclo da vida humana, ou ainda, as palavras mais usadas em determinado espaço de tempo, no ano letivo, ano cívico, ou ano esportivo. Já andamos remexendo nos termos usados exclusivamente no Web espaço, na webmania de “navegar”.
Na nossa infância, fomos apresentados a cartilha do A-B-C. Uma das mais antigas é de autoria de Branca Alves Lima. A educadora Magda Soares (2003), afirma que existe uma diferença básica entre um indivíduo alfabetizado e um sujeito letrado. O primeiro é aquele, ou aquela, que apenas escreve, o outro domina a leitura e a escrita.
Minha mãe Dineusa, conta que no tempo de sua juventude, (década de 20), na sua terra natal, Olho D’água das Flores, devido a dificuldade de escolas, reunia diversas crianças em sua casa, para repassar os conhecimentos que tinha sobre as letras. Entre as alunas, tinha uma enteada sua. Conhecida de todos pelo carinhoso apelido de Madrinha Moça, que tinha distúrbios auditivos e no aparelho fonador, além do que era asmática. Cheia de cansaço, ao chegar sua vez de soletrar o C com as vogais, começou:
- C com A, C a CÁ; C com É, C é CÉ; C com i, C e CÍ; C com, com...Ô Dineusa. Como é essa letra aqui pertinho do CU?
Fabio Campos 09.04.2012 Breve no Blog fabiosoarescampos.com Conto inédito; FOLHAS SECAS.
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