ÁGUA VAI! (uma Crônica muito Suja!)

Fábio Campos

Carnaval. Tem quem goste, como há quem não simpatize. A meu ver não passa de mais uma das inúmeras manifestações folclóricas que pontilham nossa cultura brasileira. Uma manifestação popular, festa de rua. Pra religião, por motivos óbvios, festa profana. Desde o passado remete a orgias, comilança, bebedeira etc.

Não tem jeito, a simples evocação da expressão “carnaval do passado” remete-me imediatamente a uma pintura de Debret que vi na juventude, num livro de história, talvez da 6ª série, não lembro. Sei que mostrava um negro, tentando melar de farinha(de mandioca?), o rosto de uma negra com um balaio na cabeça, no meio da rua. E um moleque, também negro, aspergia (creio que com água) no casal. Pra compor minha crônica de hoje fui no Google, em busca dessa imagem.

E olha só o que achei:

“Ainda não li nos jornais a tradicional reportagem dando conta da prisão de centenas de mijões que emporcalham as ruas, fazendo de banheiro as árvores, postes, esquinas e monumentos públicos, mas ela virá, tão certa quanto a quarta-feira de cinzas. O assunto me vem à cabeça quando, folheando o livro de Julio Bandeira e Pedro Corrêa do Lago, me deparo com uma aquarela de Jean-Baptiste Debret, reveladora sobre a origem do nosso mau costume de urinar na rua, mas que também diz muito sobre o presente, sobre quem somos hoje.

Pintada entre 1817 e 1829, a aquarela mostra um aristocrata português enfatiotado se aliviando numa calçada, sob a proteção de uma sobrinha empunhada com diligência por um escravo. (...) Ao contrário, se há algo de chocante na aquarela é o fato de nos reconhecermos nela com tanta naturalidade. (...) A própria Independência, aliás, está diretamente associada a fisiologia: li que, naquele 7 de setembro, o príncipe parou às margens do Ipiranga para se aliviar, quando chegou por um mensageiro a carta do Conselho de Estado pedindo providências em relação a Portugal seguindo-se o famosos brado. Dois anos depois, já na condição de Imperador D. Pedro I assistia a uma parada de militares alemães, na Fortaleza da Praia Vermelha quando pediu licença se agachou e “obrou” junto a um muro; e um daqueles soldados registrou em seu diário que D Pedro gostava de urinar do alto de uma varanda do Palácio de São Cristóvão sobre as cabeças dos cortesãos.

Aprendo com Milton Mendonça Teixeira que, na época da aquarela de Debret, as ruas do Rio de Janeiro eram mesmo imundas, e que as casas não tinham banheiros; o “número um” era recolhido de fossas nos quintais por um escravo, em tonéis de barro, e despejado na praia ou terreno baldio mais próximo. Já a urina era simplesmente atirada pelas janelas, dos urinóis, na calçada. Daí uma lei criada no final de século 18 pelo Marquês de Lavradio, após ser ele próprio vítima desavisada de um desses arremessos. Ele decretou; “Todo sujeito que for arremessar águas servidas pela janela deverá bradar antes “Água vai!” A Princesa Isabel mandou construir no centro do Rio de Janeiro locais onde o povo pudesse aliviar-se. A palavra mictório foi criada pelo Visconde de Taunay a pedido da Princesa Isabel, que não gostava de “mijadouros”: ela mandou construir os primeiros, no centro do Rio. (Fonte: G1 crônica de carnaval por Luciano Trigo fev.2013)”

Pra encerrar piada de bêbado cagão:

“O bêbado chegou pro porteiro da boate:
-Por favor! Você precisa dizer aos meus amigos que aqui existe um vaso sanitário todo de ouro. Ontem estive aqui, me deu uma tremenda dor de barriga. E tenho certeza, caguei num vaso de ouro.

O porteiro levando o bêbado pra dentro gritou:

-Carlão! Achei o safado que cagou dentro do teu trombone!

(Fonte: clikgratis.com.br/piadas)”


Fabio Campos 02.02.2015 No fabiosoarescampos.blogspot.com postaremos até amanhã o Conto inédito: TORPE!

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