Opinião de ARLENE MIRANDA, jornalista e escritora:
Acabei de ler o livro “Ventos e Trovoadas, de autoria de Djalma de Melo Carvalho, cujo título já é um convite ao deleite de uma leitura que promete ser bastante agradável.
O livro oferece uma leitura atenta e sentida, com grande diversidade. Passeando por suas páginas, vamos descobrindo os encantos de Santana do Ipanema, cidade do sertão alagoano, pelo qual transitam os personagens mais interessantes, pessoas simples, cuja inteligência e perspicácias são admiráveis, todas muito bem descritas e situadas ao longo de saborosas crônicas.
Concordo com o que disse o escritor e poeta José Alberto Costa no seu prefácio do livro, intitulado: “Bons Ventos e Calmas Trovoadas”: O nosso Criador deu a Djalma de Melo Carvalho uma memória privilegiadíssima e. sobretudo, o dom de escrever e escrever bem. Os livros do autor santanense nos levam invariavelmente a uma viagem em sua agradável companhia, tendo como ponto de partida a sua querida terra natal. Para ele, Santana do Ipanema, onde tudo começou, é o centro do mundo. O resto é apenas gigantesco entorno”.
Gostei do livro “Ventos e Trovoadas”, do amigo e confrade Djalma Carvalho, em cujas crônicas vemos descritas pequenas e grandes emoções, fatos do cotidiano que atravessam a vida pacata de Santana do Ipanema. São recordações que arremessam palavras sentidas que não escapam nem mesmo ao leitor mais distraído.
Este livro marca, de forma indelével, o percurso de pessoas simples, puras, com suas inquietações, alegrias, manias e sentimentos que, por mais singelas que sejam, o transformam em verdadeira jóia da literatura alagoana.
“Ventos e Trovoadas” é, em grande parte, resultado da compilação de crônicas publicadas pelo autor, ao longo dos anos, na imprensa alagoana.
Com um tom, em algumas delas, engraçado e fortes contornos confessionais, Djalma Carvalho consegue contar pedaços de sua vida na terra natal, num registro de uma visualidade admirável, sem dispensar um bem delineado e inteligente senso de humor. Há, porém, momentos de reflexão, como na crônica “Conhecendo Alzheimer”, em que aborda com altruísmo assunto tão delicado.
São pedaços do cotidiano santanense, contados na primeira pessoa, embora, em algumas crônicas, perceba-se claramente que é o autor viajando em sua memória, trazendo à tona personagens com vida própria, que ganham voz em suas páginas. Há também poesia em algumas delas como, por exemplo, na linda e emocionante “Lua bonita”, belíssima crônica, cujo texto é primoroso, lindíssimo. Por essa crônica, valeu o livro todo.
O grande trunfo de Djalma Carvalho nessas crônicas, para além da simplicidade de sua escrita, é, sem dúvida, a maneira concisa como descreve sentimentos, situações e personalidades de uma forma tão cativante. Deixei-me ir nas palavras do autor e até consegui ver as imagens que ele maravilhosamente desenha com as palavras.
Este livro é, sobretudo, um relato de vivências sobre a vida pacata no interior, sobre a natureza humana, sobre as relações interpessoais e os diversos tipos sociais. Sem dúvida, é o formato de pequenos testemunhos que confere a este livro a fluidez que o torna extremamente agradável.
Parabenizo meu amigo e confrade Djalma Carvalho por seu excelente livro, através do qual viajei em seu passado, admirando ruas, luares, belezas e ternuras de sua sempre lembrada e querida Santana do Ipanema.
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