JOGANDO XADREZ

Clerisvaldo B. Chagas

JOGANDO XADREZ
(Clerisvaldo B. Chagas. 14.4.2010)

Mais uma vez os grandes se reúnem à mesa. Os Estados Unidos convocam uma reunião de 47 países visando solução para que armas nucleares não caiam em mãos terroristas. Na realidade, o que a nação do norte almeja de verdade é que as outras nações façam o papel de seguranças em torno do seu território. Nada mais que isso. E bem falou o representante iraniano que o país ianque é quem pratica o verdadeiro terrorismo, chamando a isso “terrorismo de Estado”. Tem coisa pior de que ser ameaçado por bombas atômicas como Barack ameaçou o Irã e a Coréia do Norte? Parece ter razão o Irã quando aponta o Tio Sam como o terrorista maior. Além de um disfarçado cinturão de segurança, os Estados Unidos procuram aumentar as sanções ao Irã porque eles sabem que terminarão invadindo esse país com fins escusos, como fez com o Iraque. Desfazer-se com a Rússia de armas nucleares superadas, não engana a ninguém. Até mesmo o presidente Lula ironizou. A França, por sua vez, diz não se desfazer das armas nucleares. Achamos que tem razão. Se pelo menos Estados Unidos e Rússia baixassem ao nível do arsenal francês, aí sim, poderiam baixar mais ainda juntos. Melhor foi a renúncia pelo urânio, por parte da Ucrânia e Canadá. Quanto à China, afirma concordar com as sanções, hoje, e desmente amanhã. Assim não dá, meus amigos.
E o Brasil, como fica? Ora, depois que o presidente Lula deu um verdadeiro espetáculo em entrevista no Terra Viva, programa Canal Livre, deve uma explicação ao povo. Ali, cercado pelas feras do jornalismo como Datena, Mitre, Beting, Boris e outros do mesmo nível, estava solto e muito à vontade a cada indagação realizada. Nem havia papel, assessor ou outro meio auxiliar qualquer e, as indagações eram respondidas como se o presidente estivesse numa roda de amigos e cervejada. Pois bem, surpreendentemente, pouco tempo depois, lá está o homem assinando um acordo militar com os Estados Unidos. Não entendemos! Não entendemos mesmo! Há pouco, os vizinhos da América do Sul criticavam a concessão de bases militares na Colômbia. E de repente, sem ninguém saber, sem vazar nada na imprensa brasileira, O Brasil passa o lápis no papel americano. Essa o presidente Lula está devendo sim. Um acordo secreto não é brinquedo. Ao povo, tem que ser esclarecidos os detalhes da papelada. Se existe uma aversão geral pela presença ianque no Sul, por que de repente um acordo secreto? Não é assim, não seu Lula. Isso era coisa do passado quando apenas a cúpula da farda tomava decisões.
Ainda que toda a mídia nacional faça de conta que nada soube, que nada viu, esse “caboclo’ santanense protesta como foi realizado o contrato de “comadres”. Ou você pensa, presidente, que se pode arranjar muito prestígio para perder um pouco sem prejuízo do geral? Não concordamos com essa tese. Chega dos “tempos de chumbo!”
Basta um coice de cavalo para quem está JOGANDO XADREZ.

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