DUELO DE GIGANTES

Clerisvaldo B. Chagas

DUELO DE GIGANTES
(Clerisvaldo B. Chagas. 29.6.2010)

Mais uma vez coincide uma festa de junho com a vitória do Brasil. Claro que o brasileiro já sabia do êxito sobre o Chile, mas ninguém pode segurar a emoção. Mesmo sendo um adversário relativamente fácil, a eliminação do perdedor acrescenta molho no explodir dos sentimentos. 3x0 é um placar de respeito que aconteceu sem acelerar demais a máquina que Dunga possui. E os foguetes voltam a espocar no espaço sertanejo botando cachorro para correr. Cabulosas vuvuzelas também já chegaram por aqui e complementam a felicidade de garotos e adultos. As ruas, totalmente vazias, enchem-se, de súbito, com variados torcedores. Haja bombas em série, gritos de gols e foguetórios. A pausa é mínima entre o final do jogo e o início das comemorações a São Pedro. Pleno dia da fogueira. Logo são acesos os feixes de lenha e, o coco-de-roda ecoa na periferia, praças e avenidas. O padre vai à igreja com a camisa da seleção. Automóveis percorrem trechos com bandeirolas verdes e amarelas. Parece que a vitória do Brasil mexeu com a torcida de São Pedro. O céu afasta as nuvens de chuva, fica limpinho, limpinho, permitindo o sorriso da lua a comemorar com os brasileiros.
Pulamos alguns fogos, é verdade, mas agora vem a caieira holandesa. Como irão se comportar os nossos jogadores nesse desafio novo? A África do Sul irá torcer por quem? É bom saber que esse país foi colonizado primeiro pelos holandeses (boêres) nos meados do século XVII. Ninguém duvide de que o adversário vai sentir-se em casa com uma imensa torcida a seu favor. E por falar em Holanda, esse não é o verdadeiro nome do país. O nome oficial dessa nação é Reino dos Países Baixos e, fica localizada na Europa, banhada pelo mar do Norte. Os Países Baixos são industrializados, ricos, e possuem o maior porto do mundo que é o de Roterdã. A Holanda é apenas uma pequena região dos Países Baixos, todavia possui uma concentração de cidades importantes. É por isso que se costuma chamar o país de Holanda e aos seus filhos de holandeses.
Voltando, novamente, para o sentido da copa, a Holanda não veio como da vez passada e esse time não mete medo. É só o Brasil jogar oitenta por cento do que sabe e jamais desfocar um lance sequer, pois os holandeses são renitentes, mesmo em desvantagem. Por outro ângulo, não é possível que não tenhamos pelo menos a metade do estádio torcendo pelo Brasil. Afinal, foi muito importante o trabalho de Parreira no extremo do continente. Passada a euforia, assim como passamos para a fase seguinte, é reunir energias positivas e enviá-las aos nossos representantes. Se uma boa corrente não fizer bem, mal não faz. Nessas alturas, ninguém sabe quem sofrerá de verdade, se os privilegiados que estarão nas arquibancadas africanas ou nós, os mortais grudados na telinha. Sexta-feira não tem mais festa junina para novamente coincidir com o espetáculo que vai acontecer. Mesmo assim, prepare a cervejinha ou o cafezinho quente, acomode-se na poltrona por que iremos assistir um verdadeiro DUELO DE GIGANTES.
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