DIREITO DE RESPOSTA AO LAMPIÃO MACHADIANO

Clerisvaldo B. Chagas

DIREITO DE RESPOSTA AO LAMPIÃO MACHADIANO
Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto

Sexta-feira passada, fomos surpreendidos por uma crise mesquinha do senhor Antônio Machado, na coluna do site Maltanet com o artigo “Lampião em Alagoas”. Quem publica está sujeito às críticas. Respondemos, entretanto, ao senhor Antônio Machado que, sempre elegante nas suas crônicas, desta vez se perdeu, fez uma salada grotesca de palavras, com alfinetadas, trechos obscuros, incompreensíveis e amargos, saindo do vinho para a água suja, num surto grotesco das ideias escreventes, sem dizer coisa com coisa.
Vejamos:
1. Linhas 10 e 11. “Os escritores Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto, pesquisaram e copiaram as andanças” (...).
R. Não é verdade que os escritores acima copiaram. Copiar é repetir o texto alheio, na íntegra e, publicar sem consentimento do autor. O que é diferente de “Citação”. E todas as citações estão em Notas e Referências Bibliográficas em final de cada capítulo, de acordo com as normas da ABNT. Machado não quis ver ou sofre da vista.

2. Linha 22. (...) “sua permanência como Lampião em Alagoas, como insinua o livro dos autores Clerisvaldo e Marcello”.
R. Não é verdade que o nosso livro insinua, pelo contrário, prova as passagens de Lampião em Alagoas em suas 467 páginas. Repetimos, Machado não quis ver ou sofre da vista.

3. Linhas 29, 30. Falando sobre escritores como Valdemar de Souza Lima e Bezerra e Silva, diz o escritor de Olho d’Água sobre Bezerra: (...) “a quem reputo como um dos mais sérios biógrafos de Lampião, notadamente em seu livro Lampião e suas façanhas” (...).
R. Concordamos com Machado. Mas logo abaixo, nos itens 5 e 6, ele nega o que disse (veremos adiante). Ô meu Deus! Que dor de cotovelo!

4. Linhas 41 e 42. (...) “em nenhum momento Francisquinho Anastácio se disse sanfoneiro” (...).
R. Não sabemos em qual livro o nosso amigo Machado foi encontrar que Francisquinho Anastácio era sanfoneiro. No nosso não foi, mas a sua “ingênua” misturada de letras, sem pé e sem cabeça, insinua e, o leitor fica sem saber se ele se refere ao nosso livro ou a dos outros escritores citados por ele.

5. Linhas 50 e 51. (...) “após muitas pesquisas cheguei à conclusão que cerca de catorze bandidos compunha o grupo juntamente com Lampião” (...).
R. Os honestos escritores Valdemar de Souza Lima e Bezerra e Silva, citados pelo próprio Machado (volte ao item 3) mais outro escritor sério, Oscar Silva, antes sargento de José Lucena e que viveram o momento, afirmam que mais de cem homens invadiram a vila de Olho d’Água das Flores. A tabuada do escritor a quem tanto prezamos, Antônio Machado, não estar surtindo efeito. Será que foi a invasão de Virgolino que ainda hoje traumatiza o escritor Machado?

6. Linhas 53, 54 e 55. (...) “tenho em meu arquivo uma valiosa pesquisa, inclusive com detalhes que, fogem aos escritos de Lampião em Alagoas, quando os autores economizam tintas ao falar de Lampião neste município, arrodearam muito e disseram pouco a verdadeira, história do famigerado bandido a esta terra”.
R. O ilustre escritor de Olho d’Água se omitiu de escrever o ataque de Lampião a sua terra. Portanto, fica sem moral para criticar a obra alheia. Por outro lado, acaba de elogiar os escritores do item 3 para logo em seguida desmerecê-los, pois se nós os citamos e eles estão mentindo, segundo a opinião de Machado, a crise do escritor é muito maior de que “ingenuidade” e dor de cotovelo diante da grandiosidade da obra, modéstia à parte. Se nosso amigo Machado ainda bebesse, diríamos que foi a pinga que embaralhou suas ideias. Como não bebe...
Linhas 58, 59 e 60. “O livro dos escritores Clerisvaldo e Marcello não traze nem acrescenta fatos novos a história do cangaço, copiaram o que os outros já haviam escrito” (...).
R. Os “fatos novos” foram omitidos pelo senhor Antônio Machado (ao falar que tinha um arquivo) que não teve a coragem, a hombridade e o dever de contar a invasão de Lampião a sua terra. “Só ele estava lá, só ele viu, só ele entrevistou e mais ninguém”, que pena! Machado não leu o nosso livro, vidrando-se apenas na parte que lhe interessa ou, como ele mesmo diz, vinte obras teria lido sobre Lampião, quando a literatura cangaceira tem mais de mil títulos. Apesar de “modestamente” dizermos que não trazemos fatos novos, o livro “Lampião em Alagoas” está cheio de novidades, mas o senhor Machado não gosta de violência, não é bastante lido no assunto e nada viu. Novidades: O casamento de Corisco, o avô do colunista Fábio, a morte de Lucena, o matador do pai de Lampião, a organização de todos os episódios alagoanos esparsos, a cronologia, a didática, a apresentação universitária, a morte do sargento Porfírio, a apresentação do estado, o trapézio, o poliedro, os nazarenos em Piranhas, as entrevistas com fazendeiros, sargentos, neto do aspirante Francisco, desembargador Malta Marques, e inúmeros outros fatos foram acrescentados como a intervenção de Dadá na vingança de Corisco. Tem razão quem disse que a pessoa só enxerga o que deseja enxergar. Outra coisa, se os escritores do mundo fossem escolher todos os detalhes da vida de Lampião não teriam tempo de ir nem ao banheiro. Mas que coisa maluca machadiana! E o homem continua chamando citação de cópia. Que erro primário para um escritor!

Linhas 64 e 65. Finaliza o nosso amigo, completamente azoado como mangangá em casa de farinha: “dizem que quem fala por derradeiro, incorrem em dois riscos, ou se torna prolixo ou repetitivo”.
R. Tem razão o homem de Olho d’Água. O senhor Machado falou muito, só disse asneiras e, por último, cometeu os dois erros de uma vez. Será que ele quer imitar o juiz que escreveu “Lampião - O Mata Sete”? Torcemos para que o nosso amigo Antônio Machado logo se recupere desse choque ciumento e ponha as ideias novamente em ordem. Nem precisa pedir desculpas. Queremos apenas sua saúde literária de volta.

Respeitosamente, Clerisvaldo B. Chagas e Marcello Fausto.




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