DESARMAR ESPÍRITO

Clerisvaldo B. Chagas

DESARMAR ESPÍRITOS
(Clerisvaldo B. Chagas. 7.4.2010)

Faz muito bem o senhor Barack Obama em repensar as armas atômicas. Com a infeliz ideia e sem precisão alguma foi jogada a primeira bomba em Hiroshima. Os americanos dizem como desculpa que foi para apressar a paz e evitar mais mortes em ambos os lados. As duas hecatombes que aconteceram nas duas cidades japonesas são apenas parte do cinismo e bestialidade humanas. Palmas e palmas para os fabricantes de armas, glórias para o espírito destruidor, respeito medroso para os possuidores de artefatos. Entrevistado, o piloto que jogou as bombas sobre o Japão diz não ter se arrependido e orgulha-se de ser pau-mandado do comando. É o instinto carniceiro aliado a um patriotismo zambeta que instiga a ferocidade. Outras nações, para não ficarem em desvantagem e meter medo nos outros mortais, também partiram para a estupidez que em nada de bom acrescenta ao mundo. Assim é que, além dos Estados Unidos, possuem armas nucleares a Rússia, Ucrânia, Reino Unido, França, China, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte. É de se notar entre os privilegiados que fazem parte do clube, os cinco do Conselho Permanente de Segurança da ONU. Eles se respeitam entre si por que cachorro grande não briga com semelhante. Prefere farejar o traseiro e urinar no poste imediato. Cuidado deve ter cachorro pequeno, alvo fácil dos dentes afiados dos raçudos.
Eliminar armas atômicas é melhor de que qualquer outra coisa, mesmo sendo consideradas obsoletas em comparação com o avanço destruidor do momento. Todos estão cansados de saber que uma guerra atômica não deixará vencedores. Será o fim total do gênero humano no Planeta. Mas, por que, então, continuar com essa ameaça no fundo do quintal? Somente o que sonda o homem por dentro e por fora sabe a resposta verdadeira. A iniciativa, portanto, do presidente Obama, representa certo alívio para os terráqueos, mas não deixará de enraivecer os radicais vampirescos que atuam às sombras tenebrosas.
Se os arsenais de hoje só precisam de um louco para apertar o botão, por que deixar mais um maluco como o senhor Ahmadinejad fazer parte do “Clube do Bolinha”? Caro Barack, o senhor foi eleito porque representava o novo; uma esperança de tempos mais venturosos para o povo americano e para o mundo inteiro. Ser a maior potência, também implica em maior responsabilidade. Será que o senhor vai conseguir resgatar um sonho de paz duradoura para esse planeta conturbado? Não é fácil segurar o leme do barco mais poderoso da Terra. Exercer o cargo de presidente americano deve ser um exercício permanente de meditação. É como diz a música: “Os meus problemas são meus/ Deixem comigo a solução (...). Na hora de decidir como resolver questões, só quem sabe é a cabeça de quem pensa. Sobre os depósitos de armas existentes, é fácil derretê-los, difícil mesmo é DESARMAR ESPÍRITOS.

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