Promessa é dívida

Augusto Ferreira

Presenciei durante as férias alegrias e tristezas do eleitorado sobre seus candidatos ao executivo. Alegria pelo fato de terem conquistado postos de trabalho na prefeitura. Tristeza por não ter conquistado o emprego que o candidato prometeu durante a campanha.

A eleição passou. Prefeitos sentaram pela primeira vez no trono. Alias, trono nos lembra poder, superioridade. Ora, quem tem poder manda e desmanda. É isso que está ocorrendo em muitas prefeituras do interior alagoano.

As promessas foram tantas, que não se sabe quando realizarão o que prometeram. E claro, no interior, os militantes dos partidos querem é emprego. No calor da campanha os candidatos triplicam as vagas de empregos. O que vale é ganhar as eleições, não importa o que virá depois.

Os militantes não perdem tempo, se o candidato vence, a primeira atitude é cobrar o que prometeram: “quero meu emprego!”. Passei alguns dias em Pão de Açúcar, interior de alagoas, cidade com aproximadamente 35 mil habitantes, lá não se falava em outra coisa se não emprego.

Os “tubarões”, com seus ternos e gravatas, receberam seus cargos no dia da posse do prefeito. As “baleias” na semana seguinte. E “os peixinhos” ainda hoje correm atrás das promessas do prefeito.

Política do interior é assim, prefeito bom é quem dá emprego, seja para administrar, seja para cuidar do jardim, o que importa é ter emprego. Consegui estudar as propostas do prefeito de Pão de Açúcar, elaboradas durante a campanha. Achei todas interessantes, mas muitas delas são inviáveis.

Os paodeacucarenses não podem deixar aquele mundaréu de propostas passarem em branco. Têm o dever de cobrar do prefeito, sobretudo no que diz respeito à educação e a saúde. Quem conseguiu o emprego não pode se acomodar e pensar que é o bastante. Quem não conseguiu, sem dúvidas está mais motivado a brigar.

A luta deve ser de todos! Com emprego ou sem emprego estão todos convocados a exigir que os prefeitos cumpram com as promessas, fazendo isso, os papéis se invertem e quem tem poder não é quem senta no trono, mas quem briga e exige a concretização das promessas.

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