Hoje acordei com uma saudade inexplicável. Lembrei-me das festas juninas no nordeste. O cheiro do milho assando na fogueira. O céu iluminado com os fogos. A animação das quadrilhas. O toque do pandeiro e da zabumba. Tudo isso veio a minha memória. Não tem como esquecer cada momento vivido entre os amigos nas inúmeras noites de São João.
Lembro-me quando um amigo perguntou-me se onde eu estou (moro em São Paulo), vai ter muito forró. Dei uma risada e disse-lhe, o São João é nosso. Só nosso. Acho que ele compreendeu o que quis dizer, tanto que em seguida ele mesmo se deu conta e me perguntou: “Como é que se comemora o São João aí?”
O São João é realmente nosso. Já passei esta data em Minas Gerais, no Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul, é apenas mais uma data. Não há nada que marque. Aliás, as festas juninas em São Paulo são comemoradas com churrasco e pagode.
Meu amigo ficou abismado, quando soube que churrasco e pagode é a diversão junina dos paulistas. E é porque não lhe contei que aqui não tem balão, não tem milho, não tem forró, não tem fogueira. E mais abismado ficaria, se soubesse que aqui nem se comenta a festa de São João, como nós comentamos, ansiosos pela data. Realmente o São João é nosso!
O que nos faz cada vez mais apaixonados por este país é esta diversidade. A cultura nordeste é tão enraizada, que consegue sair da região e ir para outras com uma “cara” nova. Aqui não se celebra o São João como nós festejamos, mas festeja-se do jeito deles. Na raiz, está o nosso jeito alegre e dinâmico de festejar. Viva o nordeste, viva o Brasil, viva São João!
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