Ficha Limpa e futebol

Augusto Ferreira

Estamos em um momento de alegria, euforia e ao mesmo tempo de preocupação no Brasil. Dois eventos marcam decisivamente a história do país. A Copa do Mundo, em que lutamos pelo Hexa e a eleição para presidente. Os três adjetivos se aplicam aos dois casos.

No último dia 15 de junho, com a estréia da seleção brasileira no mundial, a nação pulou, gritou, assoprou as vuvuzelas. O barulho pelas ruas anunciava tanto a alegria, quando a euforia. Mas nos primeiros minutos de jogos bateu a preocupação. Os coreanos jogavam retrancados, não deixavam os brasileiros avançarem. Porém a luta e a raça, características do povo brasileiro, foram exemplares. Um jogo sem arte, sem a jinga, sem o brilho que esperávamos. Mas o resultado foi satisfatório: 2 a 0, para o Brasil.

Dois dias depois, em 17 de junho, depois de um longo período de discussão no Congresso Nacional, foi sancionada a Lei Ficha Limpa, que condena os políticos que cometeram crimes eleitorais, antes mesmo da aprovação, em 4 de junho. Durante o período em que a Lei estava sendo estudada, avaliada e quase “abortada”, foi motivo de preocupação e euforia. Só foi possível comemorar quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decretou que não é possível candidatos que tem ficha “suja” concorrer a cargos políticos.

Essa decisão é sem dúvidas uma vitória para a democracia brasileira. Foi uma mobilização que começou com um deputado e que recebeu apoio total da Igreja Católica. Pode-se afirmar, com toda certeza, que mais uma vez a Igreja mostra preocupação e luta por uma sociedade mais fraterna e justa.

Alegria, euforia e preocupação estão presentes tanto na política, quanto no futebol. O importante é não desanimar, mesmo que tudo pareça perdido ou impossível, há sempre uma solução quando se tem sede de vitória. A primeira vitória já teve: aprovação do projeto Ficha Limpa. Corremos pela segunda: ser Hexa Campeão.

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